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O casamento deve ser honrado por todos (Hb 13:4)

By Jeanne Moura

Vou quebrar o protocolo e fazer um post um pouco mais pessoal. Hoje o Alberto e eu completamos 5 anos de casados! Uma amiga comentou no nosso Facebook: “Nossa, como passa rápido, parece que faz uns dois anos que vcs casaram!” É, eu concordo com a Ellen. O tempo passou muito rápido mesmo.

Esta é uma data que não pode passar sem ser celebrada. Neste mundo de relacionamentos descartáveis não são muitos que conquistam uma união tão duradoura. E a palavra é realmente essa, conquistar, porque mesmo em um casamento tão maravilhoso como o nosso existem vários obstáculos e perplexidades. O segredo, bem, nem é tão segredo assim, é se colocar nas mão de Deus diariamente. Só assim é possível prosseguir nessa caminhada…

By Jeanne Moura

Quero aproveitar o momento para falar de um assunto muitíssimo delicado, que eu nunca vi ser abordado em nenhum treinamento (e olha que eu já fui em muitos, rs): a influência da dedicação ao Clube no relacionamento conjugal. Quando eu era secretária conheci mais de um regional que teve de ser dispensado por não conseguir equilibrar o trabalho e o casamento. Num impasse desses, o departamental sabiamente o desligou do cargo para que ele desse a devida atenção à família. Mas a melhor solução não é essa, perdemos um regional, o melhor seria se o abençoado soubesse conciliar as coisas. Não foi possível. Então, entre o Clube de Desbravadores e o casamento, o correto é escolher o casamento.

Sim, não se assustem! O Evangelho é mais importante que os laços familiares. Você pode me dizer: mas lá no Jardim do Éden, Deus criou homem e mulher, e não homem e Clube de Desbravadores! O principal campo missionário do cristão é a sua própria casa! Já pensou a tristeza de um pai ou uma mãe que salvou várias crianças e adolescentes, mas não conseguiu salvar os próprios filhos? Isso pode acontecer se a família for deixada de lado, mesmo que por “um bom motivo”.

Como eu já disse no início, o melhor é o equilíbrio, dedicar-se ao Clube sem esquecer a família. Mas isso não é muito fácil, exige domínio próprio, organização e compreensão. Nesse post vamos dar ideias de como conseguir isso, algumas delas são da nossa própria experiência, outras de líderes mais capacitados e com mais anos de casamento que a gente.

A primeira dica é para quem ainda não casou. Na hora que você for escolher a moça ou o rapaz com quem vai se casar, cuide de verificar se ela ou ele compartilha dos mesmos objetivos e ideais de vida que você. Se você é louca por mato e seu namorado é um mauricinho que não vive sem chuveiro quente e cama macia, certamente você vai ter problemas. Isso também é julgo desigual!

Eu escolhi certo, minha esposa (o) é tão apaixonada (o) por desbravadores quanto eu, então estou livre de problemas? Claro! QUE NÃO!!! Sim, simples e direto. A dedicação do namoro precisa continuar (igual ou maior) para que o relacionamento continue igual.

Então se for assim, vai dar tudo certo? Ainda assim não dá para garantir. Para as mulheres, o fato de ter um filho muda tudo! Pode ser que no passado sua esposa era mais dedicada no Clube que você, e agora ela perdeu o interesse… Uma mãe vai querer dar o melhor de si ao bebê, entenda, respeite e, acima de tudo, APOIE isso. O filho é dos dois, se você papai for um apoio no cuidado e educação da criança, TUDO na vida vai ser mais fácil, inclusive o trabalho no Clube, seja dos dois ou só seu.

Mas nós não temos filhos e ainda assim meu cônjuge perdeu o interesse pelo Clube. É preciso entender que as coisas mudam, o momento da vida muda. E pode ser que os objetivos de curto prazo tenham mudado (uma pós-graduação, a preparação para um concurso…). Dependendo da sua compreensão nesse período, quando a situação específica passar o interesse pode voltar. Mas se esse período for de cobrança e discórdia, seu cônjuge pode ficar magoado e nunca mais querer retornar.

O melhor meio de todos para manter a harmonia no lar é tornar o cônjuge seu parceiro no Clube. Não precisa ser os dois regionais (inclusive os dois serem regionais de regiões diferentes é muito complicado, experiência própria!), pode ser um instrutor associado,  ou de ordem unida, ou ainda de especialidades manuais. Não importa o que, o importante é que os dois estejam juntos. São as pequenas vitórias do dia a dia que trazem beleza e união ao casamento.

Agora, se seu cônjuge não gosta mesmo do Clube, a única solução é ser bem criterioso com o tempo e demonstrar de todas as maneiras possíveis que o mais importante para você é o bem estar da família. O Clube é importante, mas fica em segundo lugar.

Para solucionar qualquer tipo de impasse, recorra à sabedoria de Deus. Estamos lendo todas as noites um capítulo de O Lar Adventista. Faz muita diferença! Os líderes mais velhos também podem ser procurados, geralmente eles passaram por situações semelhantes e podem nos dar sábias advertências.

Se os dois estiverem de acordo, andando no mesmo passo, é mais fácil caminhar nos trilhos dessa vida. Igual na foto…

Fortalecendo os nossos ideais

“Ensina a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”. 

Provérbios 22:6

Ao estudarmos a Bíblia e o Espírito de Profecia vemos quão grande responsabilidade repousa em nossos ombros ao assumirmos a liderança em um Clube de Desbravadores. Deus nos confiou mentes em formação para que os ensinemos “no caminho em que devem andar”! Ao mesmo tempo que é grandioso, é terrível! Se Jesus voltasse hoje, como seria a prestação de contas de nossa parte?!

No Manual Jovem: liderança, da Divisão Sul-Americana, encontrei um texto antigo do pastor Erton, mas atual e completamente relevante para a realidade que estamos vivendo. É uma lição poderosa e um chamado ao reavivamento de todos os líderes de desbravadores!

Medite nas palavras abaixo e peça orientação e sabedoria de Deus para que você consiga colocar de lado tudo o que te afasta de alcançar a nobreza desses ideais!

Tenho me preocupado cada vez que leio esse texto áureo de Ellen White sobre o Ministério Jovem: “Com tal exército de obreiros como o que poderia fornecer a nossa juventude devidamente preparada, quão depressa a mensagem de um Salvador crucificado, ressuscitado e prestes a vir poderia ser levada ao mundo todo!” Educação, p. 271.

Algumas questões têm vindo à minha mente:

Estamos trabalhando com os jovens como um exército, todos olhando para o mesmo alvo e atirando na mesma direção, ou estamos isolados, cada um travando sua própria batalha, com pequenos e, muitas vezes, fracos exércitos?

Nossa juventude e nossos líderes estão devidamente preparados para realizar aquilo que a Igreja e Deus esperam deles? Eles têm uma visão clara do papel do Ministério Jovem, de onde estão, onde precisam chegar, e como farão para ir até lá? Temos usado a força do departamento para preparar devidamente nossos jovens, que são a linha de frente, ou estamos preocupados com eventos, festas, recreação, envolvendo as massas? Estamos preocupados em preparar devidamente nossos jovens para o testemunho e o evangelismo? Nós mesmos temos buscador estar, devidamente preparados, estudando o propósito do Ministério Jovem, buscando outras leituras e materiais que nos deem amparo técnico para o trabalho? Estamos devidamente preparados espiritualmente, de modo que possamos dar aquilo que estamos recebendo?

O testemunho e o evangelismo têm sido o foco de nosso trabalho? Estamos criando estratégias, produzindo materiais, realizando encontros de capacitação e motivando nosso grupo para que a mensagem seja levada depressa? Estamos preocupados em agradar ou envolver nossos jovens? Estamos investindo a maioria de nosso tempo, recursos e materiais em nossa estrutura ou em nossa missão? Nossos eventos têm sido feitos para entreter e ocupar nossos jovens, ou para motivá-los à conquista de seus amigos?

É possível que você fique preocupado com tantas perguntas, afinal temos trabalhado tanto para ver o Ministério Jovem ocupar o seu espaço.

Tenho chegado, porém, a uma conclusão: precisamos ir além do óbvio, além de onde já estamos. Precisamos fortalecer nossos ideais, resgatar o objetivo inicial e geral dado por Deus, por Ellen White e pela Igreja. Razão pela qual foi organizado o Ministério Jovem.

Se você analisar nosso primeiro nome – MV, Missionários Voluntários; nosso lema – o amor de Cristo me motiva; nosso alvo – a mensagem do advento a todo o mundo em minha geração, vai ver que todos são resumidos por nosso propósito: salvar do pecado e guiar no serviço. Resumindo ainda mais, ficam duas palavras-chave: SALVAÇÃO E SERVIÇO. Aqui está o foco de nosso trabalho. Aqui está a base de tudo o que fazemos .Temos que resgatar essa visão completa. Temos que perguntar, em cada material que publicamos, em cada projeto que desenvolvemos, em cada evento que realizamos: como isso vai levar meus jovens à salvação e ao serviço?

Se você já está no Ministério Jovem há algum tempo notou que não estou apresentando nenhuma novidade. É verdade! O que precisamos é fortalecer esses ideais por completo. Alguns estão trabalhando muito, e bem, mas em uma direção só. Estão preocupados em fazer o melhor por seus jovens. Oferecem bons programas, bons materiais, boas ideias para que os jovens amem a Igreja. Trabalham bem a oferta da salvação. Mas são muito tímidos, genéricos ou superficiais quando o assunto é evangelismo, ou serviço. Outros querem ter os jovens apenas no trabalho. Estão constantemente criando projetos e desafiando a cada um para a conquista de almas, mas não se preocupam em atender suas necessidades pessoais e espirituais. É preciso fortalecer de maneira clara, equilibrada e até ousada o Ministério Jovem. Precisamos levar nossos jovens à SALVAÇÃO, mas também ao SERVIÇO. Precisamos firmar nossos jovens na salvação para o serviço.

A grande maioria dos problemas que enfrentamos hoje com os jovens seria muito enfraquecida se fôssemos mais claramente agressivos nestas duas áreas. Se atacássemos mais a raiz e menos os galhos. Música, sexo, drogas, apostasia e outras desafios são os galhos que demonstram problemas com a raiz. Vamos atacar a raiz, que é a vida espiritual. Se trabalharmos pelo fortalecimento espiritual de nossos jovens, levando-os ao testemunho e ao evangelismo, o efeito destes problemas será muito menor. Se houver interesse na vida com Deus e envolvimento em falar dEle a outros, haverá um compromisso maior com a Igreja e uma atração menor com aquilo que é de fora. Vamos continuar ajudando os jovens em suas necessidades específicas, mas o foco deve estar voltado para a SALVAÇÃO e SERVIÇO, ou SALVAÇÃO para o SERVIÇO.

Acredito que precisamos avançar a passos largos e rápidos no sentido de envolver nossos jovens com a missão e o programa da Igreja. Nossos jovens querem ser desafiados, querem grandes desafios, mas eles precisam sentir, antes disso, que nós já aceitamos o mesmo desafio.

Não precisamos criar outras formas de evangelismo, além daquelas que a Igreja já tem. Precisamos sim apresentar o programa da Igreja, com a cara do jovem. Vamos falar a mesma língua do evangelismo da Igreja, afinal, o jovem é parte dela. Na grande maioria dos eventos de qualquer departamento da Igreja, o grupo predominante é o de jovens, especialmente nos programas missionários. Por isso, precisamos nos integrar, para que eles tenham os mesmos desafios, apenas com uma roupagem diferenciada.

Quero lhe desafiar, líder de jovens [desbravadores], a falarmos a mesma língua. A fortalecermos, como uma equipe, nossos ideais. A restaurarmos a SALVAÇÃO e o SERVIÇO em nossos eventos, projetos e materiais. A organizar um exército unido, como o mesmo discuso e a mesma visão para, então, abalar a Igreja e a sociedade. Um exército devidamente preparado para levar depressa a mensagem de um Salvador crucificado a todo o mundo.

Pastor Erton Köhler

Presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Divisão Sul-Americana

Líder do Ministério Jovem 2002-2007

 

Uma Mensagem a Garcia

Em todo este caso cubano, um homem se destaca no horizonte de minha memória como o planeta Marte no seu periélio. Quando irrompeu a guerra entre a Espanha e os Estados Unidos, o que importava a estes era comunicar-se rapidamente com o chefe dos insurretos, Garcia, que se sabia encontrar-se em alguma fortaleza no interior do sertão cubano, mas sem que se pudesse precisar exatamente onde. Era impossível comunicar-se com ele pelo correio ou pelo telégrafo. No entanto, o Presidente tinha que tratar de assegurar-se da sua colaboração, e isto o quanto antes. Que fazer?

Alguém lembrou ao Presidente: “Há um homem chamado Rowan; e se alguma pessoa é capaz de encontrar Garcia, há de ser Rowan “.

Rowan foi trazido à presença do Presidente, que lhe confiou uma carta com a incumbência de entregá-la a Garcia. De como este homem, Rowan, tomou a carta, meteu-a num invólucro impermeável, amarrou-a sobre o peito, e, após quatro dias, saltou, de um barco sem coberta, alta noite, nas costas de Cuba; de como se embrenhou no sertão, para depois de três semanas, surgir do outro . lado da ilha, tendo atravessado a pé um país hostil e entregando a carta a Garcia – são cousas que não vêm ao caso narrar aqui pormenorizadamente. O ponto que desejo frisar é este: Mac Kinley deu a Rowan uma carta para ser entregue a Garcia; Rowan pegou da carta e nem sequer perguntou: ” Onde é que ele está?”

Hosannah! Eis aí um homem cujo busto merecia ser fundido em bronze imarcescível e sua estátua colocada em cada escola do país. Não é de sabedoria livresca que a juventude precisa, nem instrução sobre isto ou aquilo. Precisa, sim, de um endurecimento das vértebras, para poder mostrar-se altivo no exercício de um cargo; para atuar com diligência, para dar conta do recado; para, em suma, levar uma mensagem a Garcia.

O General Garcia já não é deste mundo, mas há outros Garcias. A nenhum homem que se tenha empenhado em levar avante uma empresa, em que a ajuda de muitos se torne precisa, têm sido poupados momentos de verdadeiro desespero ante a imbecilidade de grande número de homens, ante a inabilidade ou falta de disposição de concentrar a mente numa determinada cousa e fazê-la.

Assistência irregular, desatenção tola, indiferença irritante e trabalho mal feito parecem ser a regra geral. Nenhum homem pode ser verdadeiramente bem sucedido, salvo se lançar mão de todos os meios ao seu alcance, quer da força, quer do suborno, para obrigar outros homens a ajudá-lo, a não ser que Deus Onipotente, na sua grande misericórdia, faça um milagre enviando-lhe como auxiliar um anjo de luz.

Leitor amigo, tu mesmo podes tirar a prova. Estás sentado no teu escritório, rodeado de meia dúzia de empregados. Pois bem, chama um deles e pede-lhe: “Queira ter a bondade de consultar a enciclopédia e de me fazer uma descrição sucinta da vida de Corrégio “.

Dar-se-á o caso do empregado dizer calmamente: “Sim, Senhor” e executar o que se lhe pediu?

Nada disso! Olhar-te-á perplexo e de soslaio para fazer uma ou mais das seguintes perguntas:

  • Quem é ele?
  • Que enciclopédia?
  • Onde é que está a enciclopédia?
  • Fui eu acaso contratado para fazer isso ?
  • Não quer dizer Bismark?
  • E se Carlos o fizesse?
  • Já morreu?
  • Precisa disso com urgência?
  • Não será melhor que eu traga o livro para que o senhor mesmo procure o que quer?
  • Para que quer saber isso ?

E aposto dez contra um que, depois de haveres respondido a tais perguntas, e explicado a maneira de procurar os dados pedidos e a razão por que deles precisas, teu empregado irá pedir a um companheiro que o ajude a encontrar Garcia, e, depois voltará para te dizer que tal homem não existe. Evidentemente, pode ser que eu perca a aposta; mas, segundo a lei das médias, jogo na certa. Ora, se fores prudente, não te darás ao trabalho de explicar ao teu “ajudante” que Corrégio se escreve com “C” e não com “K “, mas limitar-te-ás a dizer meigamente, esboçando o melhor sorriso.` “Não faz mal; não se incomode “, e, dito isto, levantar-te-ás e procurarás tu mesmo. E esta incapacidade de atuar independentemente, esta inépcia moral, esta invalidez da vontade, esta atrofia de disposição de solicitamente se pôr em campo e agir – são as cousas que recuam para um futuro tão remoto o advento do socialismo puro. Se os homens não tomam a iniciativa de agir em seu próprio proveito, que farão quando o resultado do seu esforço redundar em benefício de todos? Por enquanto parece que os homens ainda precisam de ser feitorados. O que mantém muito empregado no seu posto e o faz trabalhar é o medo de se não o fizer, ser despedido no, fim do mês. Anuncia precisar de um taquígrafo, e nove entre dez candidatos à vaga não saberão ortografar nem pontuar – e; o que é mais, pensam que não é necessário sabê-lo.

Poderá uma pessoa destas escrever uma carta a Garcia?

“Vê aquele guarda-livros”, dizia-me o chefe de uma grande, fábrica.

“Sim, que tem? ”

“É um excelente guarda-livros. Contudo, se eu o mandasse, fazer um recado, talvez se desobrigasse da incumbência a contento, mas também podia muito bem ser que no caminho entrasse em duas ou três casas de bebidas, e que, quando chegasse ao seu destino, já não se recordasse da incumbência que lhe fora dada “.

Será possível confiar-se a um tal homem uma carta para entregá-la a Garcia?

Ultimamente temos ouvido muitas expressões sentimentais externando simpatia para com os pobres entes que mourejam de sol a sol, para com os infelizes desempregados à cata do trabalho honesto, e tudo isto, quase sempre, entremeado de muita palavra dura para com os homens que estão no poder.

Nada se diz do patrão que envelhece antes do tempo, num baldado esforço para induzir eternos desgostosos e descontentes a trabalhar conscienciosamente; nada se diz de sua longa e paciente procura de pessoal, que, no entanto, muitas vezes nada mais faz do que “matar o tempo “, logo que ele volta as costas. Não há empresa que não esteja despendindo pessoal que se mostre incapaz de zelar pelos seus interesses, a fim de substituílo por outro mais apto. E este processo de seleção por eliminação está se operando incessantemente, em tempos adversos, com a única diferença que, quando os tempos são maus e o trabalho escasseia, a seleção se faz mais escrupulosamente, pondo-se fora, para sempre, os incompetentes e os inaproveitáveis. É a lei da sobrevivência do mais apto. Cada patrão, no seu próprio interesse, trata somente de guardar os melhores – aqueles que podem levar uma mensagem a Garcia.

Conheço um homem de aptidões realmente brilhantes, mas sem a fibra precisa para gerir um negócio próprio e que ademais se torna completamente inútil para qualquer outra pessoa, devido à suspeita insana que constantemente abriga de que seu patrão o esteja oprimindo ou tencione oprimi-lo. Sem poder mandar, não tolera que alguém o mande. Se lhe fosse confiada uma mensagem a Garcia, retrucaria provavelmente: “Leve-a você mesmo”.

Hoje este homem perambula errante pelas ruas em busca de trabalho, em quase petição de miséria. No entanto, ninguém que o conheça se aventura a dar-lhe trabalho porque é a personificação do descontentamento e do espírito de réplica. Refratário a qualquer conselho ou admoestação, a única cousa capaz de nele produzir algum efeito seria um bom pontapé dado com a ponta de uma bota de número 42, sola grossa e bico largo.

Sei, não resta dúvida, que um indivíduo moralmente aleijado como este, não é menos digno de compaixão que um fisicamente aleijado. Entretanto, nesta demonstração de compaixão, vertamos também uma lágrima pelos homens que se esforçam por levar avante uma grande empresa, cujas horas de trabalho não estão limitadas pelo som do apito e cujos cabelos ficam prematuramente encanecidos na incessante luta em que estão empenhados contra a indiferença desdenhosa, contra a imbecilidade crassa e a ingratidão atroz, justamente daqueles que, sem o seu espírito empreendedor, andariam famintos e sem lar.

Dar-se-á o caso de eu ter pintado a situação em cores demasiado carregadas? Pode ser que sim; mas, quando todo mundo se apraz em divagações quero lançar uma palavra de simpatia ao homem que imprime êxito a um empreendimento, ao homem que, a despeito de uma porção de empecilhos, sabe dirigir e coordenar os esforços de outros e que, após o triunfo, talvez verifique que nada ganhou; nada, salvo a sua mera subsistência.

Também eu carreguei marmitas e trabalhei como jornaleiro, como, também tenho sido patrão. Sei portanto, que alguma cousa se pode dizer de ambos os lados.

Não há excelência na pobreza de per si; farrapos não servem de recomendação. Nem todos os patrões são gananciosos e tiranos, da mesma forma que nem todos os pobres são virtuosos.

Todas as minhas simpatias pertencem ao homem que trabalha conscienciosamente, quer o patrão esteja, quer não. E o homem que, ao lhe ser confiada uma carta para Garcia, tranquilamente toma a missiva, sem fazer perguntas idiotas, e sem a intenção oculta de jogá-la na primeira sarjeta que encontrar, ou praticar qualquer outro feito que não seja entregá-la ao destinatário, esse homem nunca, fica “encostado” nem tem que se declarar em greve para, forçar um aumento de ordenado.

A civilização busca ansiosa, insistentemente, homem nestas condições. Tudo que um tal homem pedir, ser-lhe-á de conceder. Precisa-se dele em cada cidade, em cada vila, em cada lugarejo, em cada escritório, em cada oficina, em cada loja, fábrica ou venda. O grito do mundo inteiro praticamente se resume nisso: Precisa-se, e precisa-se com urgência de um homem capaz de levar uma mensagem a Garcia.

Helbert Hubbard

Esse texto é bem antigo e ainda assim bastante atual. É bastante conhecido no meio empresarial, mas pode ser aplicado a qualquer situação em que haja um trabalho a ser feito, uma missão a ser cumprida. Acho que esse texto tem muito a acrescentar no desenvolvimento da liderança, pois ele trata de uma característica de suma importância na formação de um líder: a iniciativa. Segundo o dicionário Michaelis, iniciativa é a “qualidade de quem concebe ou executa espontaneamente”.

Ter iniciativa é algo incomum nas pessoas, porém o Cristão deve ser incomum, o Líder deve ser incomum. Em Mente, Caráter e Personalidade, Ellen White nos dá o seguinte conselho:

Deves cultivar a energia de caráter, pois o exemplo de um homem ativo é de vasto alcance e estimula à imitação. Ele dir-se-ia que tivesse uma energia elétrica sobre outras mentes. Os homens fervorosos são poucos em nosso mundo. Obstáculos e barreiras depararão a todo obreiro de Deus. Mas os homens devem ter iniciativa. O obreiro enérgico, fervoroso não permitirá que seu caminho seja impedido. Ele forçará as barreiras.

Ao ver algo que possa ser feito, devemos fazê-lo, sem esperar que alguém te dê a ideia de fazer ou peça para que você faça. Nem sempre conseguiremos enxergar alguma coisa para executá-la espontaneamente, sem que alguém nos peça para fazê-la. Mas ainda assim é possível ter iniciativa, mesmo quando recebemos uma incumbência sem tê-la percebido antes, por mais paradoxal que isso pareça. Me explicando: quase tudo que podemos fazer, pode ser feito de diferentes maneiras. Decidir de que forma fazer, escolher que meios utilizar para fazer, solicitar ajuda quando realmente necessário, tudo isso necessita de iniciativa. Ao receber um trabalho, não se deve fazer questionamentos desnecessários. Com certeza podem (e devem) ser feitas sugestões e perguntas que visem atingir o melhor resultado de algo, mas nada de perguntas e sugestões com o único intuito de fugir da tarefa, passá-la para outro, devem ser perguntas com o objetivo de aprender a fazer.

Outro aspecto interessante e importante sobre ter iniciativa é que ela é inspiradora. As pessoas não ficam inertes quando veem outras tendo boas iniciativas, elas têm vontade de contribuir, colaborar, ajudar. As ações passam a envolver mais pessoas, tomam outras dimensões.

É mais simples ter iniciativas em coisas simples, pequenas, que muitas vezes não são notadas pelos outros. Como disse Madre Teresa da Calcutá, “Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”. Por mais que o reconhecimento no motive a ter iniciativa para fazer as coisas, esse não deve ser o nosso motor. Saber que “o mar seria menor se lhe faltasse uma gota” é muito mais importante. E muito mais que isso, ter a certeza de estar realizando um trabalho como gratidão a Jesus é motivo mais que suficiente para ter iniciativa.

Sexualidade e adolescência

O Clube de Desbravadores trabalha com a faixa etária mais complexa da vida humana: a adolescência. É certo que os adolescentes e pré-adolescentes são muito mal compreendidos, o que pode gerar grandes transtornos para a sua vida futura. Assim, é necessário que os líderes sejam capacitados de forma a compreenderem bem o que ocorre com eles, nos aspectos físicos, intelectuais, emocionais, espirituais e sociais.

Como não é uma tarefa fácil, a Equipe Cantinho da Unidade agora conta com uma nova seção: Compreendendo o desbravador. A psicóloga Samira Oliveira trará, mensalmente, artigos e orientações aos líderes a respeito dos principais temas envolvidos na vida dos juvenis e adolescentes, de forma a estamos cada dia mais capacitados a liderá-los.

Conheça o perfil da Samira, visite a nossa página Equipe Cantinho da Unidade.

Abaixo segue o material inaugural da seção, aproveitem!

Um dos conflitos mais comuns da adolescência é a promiscuidade e o sexo pré-nupcial. A cada dia que passa a idade de inicialização da prática sexual diminui. No Brasil estima-se que a idade em que os meninos iniciam sua vida sexual é de aproximadamente 14 anos e para as meninas seria aos 15.

Existem alguns componentes interessantes que tentam explicar porque os adolescentes estão cada vez mais expostos a esse conflito, alguns deles são:

  • Curiosidade: entrar na adolescência pode ser comparado a trocar um Fusca por uma Ferrari e ser proibido de passar dos 80 km por hora. O corpo do adolescente vai sendo hormonalmente preparado para o sexo. Ele fica curioso para saber se o sexo é algo tão bom como todos dizem.
  • Estimulo do meio: ao sair de casa para ir à escola, passear, comprar pão na esquina e etc. o jovem se vê exposto a milhares de estímulos sexuais. O sexo vende de tudo, de refrigerante até desodorante. Outdoors, músicas, filmes… Tudo leva o adolescente a se deparar com esses estímulos.
  • A mídia: o que esse meio vende é que o sexo é praticado por todos sem culpa, sem compromisso e pelo puro prazer. Os programas televisivos criados para essa faixa etária não abordam efetivamente a gravidez indesejada, as doenças sexualmente transmissíveis e muito menos os problemas relacionados ao sentimento de culpa, depressão, etc. gerados pela atividade sexual ilícita.
  • Pressão do Grupo: com muita frequência meninas são “chantageadas” a terem relações sexuais com a desculpa de que isso seria uma prova de amor. Por outro lado, os meninos são ridicularizados pelos colegas por serem virgens. A sociedade de forma geral também exerce influencia nesse aspecto, ao incentivarem a idéia de que sexo é “moderno” e que as experiências sexuais são sinais de comportamento maduro.
  • Carência sentimental: ainda que predomine mais no sexo feminino, também aparece como causa de sexualidade precoce em meninos. É comum que adolescentes façam sexo para compensar a falta de afeto dos pais. A grande maioria das garotas acredita que o sexo é uma demonstração de afeto, de intimidade e de amor. Acabam acreditando, de forma equivocada, que a cumplicidade, a abertura e o amor são alcançados na relação sexual.

A pergunta é: como podemos ajudar esses jovens a compreenderem o verdadeiro valor e propósito da sexualidade?

A primeira grande dica é que é necessário refazer nos nossos jovens a ideia de esperar. É preciso que fique claro que quando duas pessoas fazem sexo e não vivem juntos (casados), o sexo se torna mais importante que qualquer outra coisa. Os encontros se tornam em uma busca de prazer sexual e a paixão domina a razão. Quando o sexo é feito dentro do casamento, da maneira como Deus planejou, o casal pode valer-se do amor para conhecer-se melhor.

Muitas investigações apontam que o sexo pré-nupcial cria “carência afetiva”. Essa carência provoca consequências duradouras, tais como ciúme, sentimento de culpa, medo, ansiedade, insegurança, raiva, depressão e futuramente pode gerar sentimento de desconfiança no casamento.

Outra dica importante para os pais e líderes espirituais é trabalhar a ideia de como o sexo pré- nupcial afeta a espiritualidade. É inegável que a alegria de se relacionar com Deus diminui, quando o adolescente ou o jovem começam a fazer o que não é bom para si. Um jovem cristão, comprometido com Deus, perceberá que seu relacionamento com Ele está carregado de culpa e vergonha.

Precisamos incentivar a comunhão com Deus, valorizar e difundir a ideia de um namoro cristão; falar sobre os verdadeiros riscos da sexualidade sem compromisso e sem os devidos cuidados; oferecer palestras em nossos Clubes de Desbravadores e Igrejas sobre a sexualidade humana e o plano de Deus para seus filhos no que diz respeito a essa temática. Não podemos fugir do assunto e temos que estar sempre prontos para as perguntas e questionamentos que sejam realizados pelos adolescentes.

É nosso dever fazer com que eles reflitam sobre o comportamento sexual e se mantenham puros a fim de desfrutarem das bênçãos oferecidas por Deus para o matrimônio.

Espero que não percamos a motivação de realizar essa tarefa, porque senão fiquem seguros de que o mundo continuará lhes ensinando de maneira deturpada!

Pelos seus frutos sereis reconhecidos (2)

A influência dos livros de vampiros e bruxos


Quer virar um vampiro? Uma boa maneira de começar, aparentemente, é lendo bastante sobre eles. Ah, se preferir se tornar um bruxo, a dica também vale. Nós nos identificamos tanto com os personagens dos livros que lemos (e curtimos!) que acabamos adotando, semperceber, algumas características do comportamento deles. Isso já foi comprovado por vários estudos, e é considerado normal. A novidade maluca aqui é que o efeito é verdadeiro mesmo quando os tais personagens são seres que não existem.

Pesquisadores da Universidade de Buffalo (EUA) colocaram 140 voluntários para ler, por 30 minutos, trechos de um livro da série Crepúsculo ou da série Harry Potter. Depois, todos tiveram que responder a questionários que incluíam, no meio de perguntas normais (para ninguém desconfiar), questões mais direcionadas – para os que leram sobre vampiros, “quanto tempo você conseguiria ficar sem dormir?” e “o quão afiados são os seus dentes?”, por exemplo; para os que ficaram com os bruxinhos, coisas como “você acha que, se tentasse bastante, poderia ser capaz de mover um objeto usando apenas o poder da mente?”.

“A análise mostrou que os participantes que leram sobre bruxos começaram a pensar como bruxos, enquanto os que leram sobre vampiros começaram a pensar como vampiros”, diz o estudo. Ou seja, os dois grupos ficaram mais propensos a acreditar que tinham ou poderiam desenvolver capacidades sobrenaturais após lerem as histórias. Na prática, isso não significa muita coisa – a mudança, normalmente, é inconsciente, e o efeito do livro tende a se dissipar em pouco tempo, conforme a gente se foca em outra história. Mas não é muito louco?

Vale tomar cuidado para não sair mordendo ninguém por aí, tentando voar etc.

Fonte: Superinteressante

Em janeiro, publicamos AQUI no nosso Cantinho um post bem semelhante a esse, onde vimos outra pesquisa universitária revelando que somos afetados pelo que lemos, ouvimos ou assistimos. Mais uma vez, a sociedade e a comunidade científica nos comprovam o que já aprendemos há anos nas páginas da Bíblia!

Novamente, temos que ter uma atenção redobrada ao tratar com os nossos garotos e garotas. Satanás não descansa e está tramando a destruição de cada um deles… Felizmente, temos um Deus do nosso lado! que colocou líderes e conselheiros na Sua obra para salvar a vida deles.

O que você e eu temos feito para “salvarmos do pecado e guiarmos no serviço”? Você tem sido um exemplo para eles? O que você tem lido, ouvido ou assistido? Precisamos sempre ter em mente que o nosso trabalho no Clube não é um hobby ou algo apenas para diversão, e sim uma missão!

O que é abandono de incapaz?

A mídia é em grande parte responsável pela educação jurídica em nosso país, uma vez que não temos nenhuma disciplina sobre o assunto na grade curricular do Ensino Médio. Isso faz com que o conhecimento para aqueles que não cursam graduação em direito seja, muitas vezes, distorcido, criando assim uma série de lendas jurídicas.

Digo que o conhecimento é distorcido, pois muitas vezes a mídia divulga uma decisão judicial atípica (que muitas vezes é depois reformada na segunda instância) como se fosse um retrato fiel do ordenamento jurídico brasileiro. Soma-se a isso a habilidade natural de as pessoas aumentarem a informação e, pronto!, temos uma salada de verdades e inverdades.

Um exemplo claro disso ocorreu em um dos nossos treinamentos de diretoria. O palestrante estava explicando a instrução da Divisão Sul Americana quanto a não se permitir crianças e adultos dormirem em uma mesma barraca, então um líder interrompe com a pérola: mas aí não seria abandono de incapaz?

Essa não foi a primeira vez que tentam enquadrar uma situação corriqueira no crime de abandono de incapaz. Há também aqueles que não sabem diferenciar responsabilidade civil e responsabilidade penal. Ou ainda aqueles que NUNCA leram o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e citam que isso ou aquilo é contrário ao ECA. (Sobre o Estatuto já temos um post falando sobre os principais pontos AQUI). Vejam bem, não estou criticando as pessoas que não tiveram acesso ao conhecimento e sim aquelas que acham que sabem e assim propagam informações completamente erradas.

Para tentar sanar o problema das informações distorcidas vamos analisar com cuidado o que é abandono de incapaz.

Primeiramente, vamos começar com o que chamamos de tipo penal, ou seja, o que a lei diz:

Art. 133 – Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:

Pena – detenção, de seis meses a três anos.

Incapaz são apenas os menores de 18 anos? Definitivamente não! Incapaz, segundo o Código Civil (Art. 3º e 4º), são todos os que não podem exprimir sua vontade. Dessa forma, um idoso ou alguém com deficiência mental também podem ser considerados incapazes.

Então todos os menores de 18 anos são incapazes? Também não. Os maiores de 16 são relativamente incapazes e essa incapacidade pode ser suprida com a emancipação (Art. 5º).

O que significa abandonar? Para o Direito Penal, abandonar é deixar só (sem a devida assistência) pessoa que está sob seu cuidado, vigilância ou autoridade, não sendo capaz de se defender dos riscos do abandono.[1]

Para que o crime se configure não é necessário que aconteça nada de pior com a criança/adolescente, o simples fato de deixar sozinho sem assistência já pode ser considerado crime. E mais uma coisa, se o crime ocorre em um lugar ermo (um acampamento, por exemplo) aumenta-se a pena em um terço.

Agora vocês podem estar pensando assim: ninguém é louco de deixar uma criança sozinha em um acampamento. Na realidade, às vezes algumas situações passam desapercebidas como, por exemplo, deixar um conselheiro de 17 anos vigiando as barracas enquanto o restante do Clube vai para uma cachoeira a 2 km de distância. Por esse motivo precisamos ficar espertos, entretanto, sem “neuras” achando que o fato de dormir em barracas separadas, ou de permitir que a criança (aquelas que já vão sozinhas para a escola) volte só para casa no domingo de manhã, depois da reunião do Clube, vai configurar um crime.

Mais um lembrete, mesmo que o fato não seja tipificado como crime, ele pode ser enquadrado na Responsabilidade Civil, mas isso é assunto para outro post… Bom senso e cuidado são as palavras chaves. Deus vai nos pedir contas do que fizemos ou deixamos de fazer a essas crianças com muito mais severidade do que qualquer lei humana, e perante Ele não há como mentir nem arguir inimputabilidade.

[1] NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 7ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, p. 680.

Resgatando desbravadores

De um ano para outro (ou até mesmo de meses a outros), ao mesmo tempo que conseguimos novos desbravadores, também perdemos alguns. A ideia e a filosofia original do Clube de Desbravdores ensinam que o conselheiro deve ir atrás desses desbravadores para convidá-los novamente a participarem do Clube. Infelizmente, essa não é a realidade da maioria dos Clubes.

Estamos no final do primeiro mês de 2012! O tempo continua voando e precisamos nos dedicar urgentemente à salvação das almas dos nossos pequenos. Não podemos perder uma sequer, pois Deus vai contas de cada um deles a nós! Parece assustador? Vamos parar de brincar de Clube de Desbravadores!

Daqui poucas semanas, 1, 2, 3, praticamente todos os Clubes já terão recomeçado as suas atividades. Vamos então aproveitar nossas últimas semanas para tentar resgatar o máximo de desbravadores possível. Mas como podemos fazer isso?

Para ajudá-los, gostaria de compartilhar uma experiência que tive em 2008. Neste ano, por falta de diretoria, o Clube Guerreiros do Planalto, após 2 anos e meio de fundação, foi desativado. Isso foi de partir o coração. Então, para não deixar o Clube morto, mesmo morando um pouco distante, conversei com a Igreja e com o pastor para eu assumir a direção do Clube. Até aqui tudo bem. Mas faltava a parte mais difícil e a mais importante: os desbravadores.

Eu não sabia exatamente onde cada um morava, mas sabia que uma desbravadora sabia! Então fui na casa dessa desbravadora e expliquei a ela e aos pais sobre o retorno do Clube, convidando-a a participar novamente e também a me ajudar a convidar os demais. Ela aceitou. Então, passamos todo aquele dia indo de casa em casa, conversando com cada desbravador e cada pai sobre o reinício das atividades e da importância dos filhos deles retornarem ao Clube.

O resultado foi maravilhoso! Conseguimos reunir praticamente todo o Clube novamente e, uma semana após a primeira reunião, já participamos de um evento do Campo, as Olimpíadas de Desbravadores.

Esse trabalho de visitação aos afastados do Clube não deve ser feito apenas quando for reativar um Clube. Ele deve ser feito por todos os Conselheiros mensalmente, para não deixarem nenhum garoto ou garota sair do Clube. Os Conselheiros devem buscá-los, visitar os pais, demonstrar a eles que os seus filhos são importantes para nós e que temos o melhor programa do mundo para oferecer a eles!

Conselheiro, você é um pastor de 4 a 8 ovelhas. Havendo de uma delas se perder, você não deixaria tudo para resgatá-la? Se você nunca fez isso, essa é a sua melhor oportunidade, não perca mais tempo!

Mas não é só o conselheiro que tem que ir atrás das suas ovelhas não. Esse é um trabalho que deve ser acompanhado pelo Diretor do Clube. O fato de o Diretor ir atrás do desbravador, juntamente com o Conselheiro, faz com que os pais sintam a importância que o filho deles tem para o Clube.

E então, o que estão esperando? Resgatem as suas ovelhas perdidas enquanto há tempo!

Estudo da bíblia para líderes e desbravadores

O estudo da Bíblia deve ser hábito para todo cristão. Através do estudo das Escrituras Sagradas aprendemos sobre Deus e sobre as maravilhas de sua Obra. A Bíblia é “lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminho” (Sl 119:105) e ela é “útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra”. (2 Tm 3:16-17, NVI).


A maneira como cada um de nós estuda a Bíblia é particular e pessoal. O importante é estudá-la diariamente! Mas conhecemos um plano de estudos muito interessante e gostaríamos de compartilhar com vocês. É um guia para estudo integrado da Bíblia e dos livros da série O Grande Conflito, do Espírito de Profecia.

Através desse estudo integrado, teremos uma visão mais clara da vontade de Deus e entenderemos muitos pontos que antes pareciam difíceis, até porque, como seguimos a sequência de capítulos dos livros, agora faremos um ano bíblico com a história em ordem cronológica!

Se vocês já estão cansados de iniciarem o ano bíblico e pararem no livro de Gênesis, eis um novo desafio. Através desse plano, o nosso estudo se torna muito mais interessante e grande conhecimento nos é revelado, em íntima comunhão com o Espírito Santo.

Clique AQUI para fazer o download e iniciar hoje mesmo! Caso você não tenha os livros para ler em casa, você pode acessá-los AQUI.

Esse é o plano de leitura para os líderes, mas os nossos desbravadores não podem ficar de fora! Temos também um guia de leitura para juvenis. Clique AQUI para baixar e entregue aos seus desbravadores no primeiro domingo de reunião!

Vamos ser líderes diferentes em 2012, vamos entregar completamente as nossas vidas a Deus!


Planejamento anual

O planejamento anual é a base das atividades do Clube de Desbravadores durante o ano. É nele que estarão definidas todas as reuniões, eventos, acampamentos, projetos comunitários, missionários, visitas, confraternizações… Ou seja, através dele, todo o programa do Clube estará definido para um ano.

O momento adequá-do para prepará-lo é exatamente em dezembro, pois os Clubes já estão de férias, já recebemos o calendário do

Campo Local e podemos preparar adequadamente a equipe que irá trabalhar no ano seguinte.Então, como fazer o planejamento anual? Primeiramente precisamos diferenciar agenda de planejamento. Na agenda, estão apenas os eventos relacionados às datas, por exemplo, dia 29 de janeiro – cerimônia de abertura, dia 28 de abril – Dia do Desbravador. No planejamento, precisamos detalhar as atividades daquele dia, com os respectivos responsáveis e locais, por exemplo:

Dia 5 de fevereiro – reunião normal. Escola tal.

8h30min – Abertura da reunião / civismo – diretor do Clube 

8h45min – Cantinho da unidade – conselheiros 

9h30min – Ordem unida – instrutor fulano de tal 

10h00min – Instrução de classes / especialidades – instrutores 

10h50min – Recreação – fulano de tal 

11h20min – Encerramento – diretor do Clube

Mas antes de fazermos o planejamento, precisamos montar a agenda. Essa é a parte mais fácil. Primeiramente você pega a agenda do seu Campo e coloque já no seu calendário todas as datas de eventos. Por exemplo: 27-29 de janeiro – Convenção de Liderança do Ministério Jovem. 7-10 junho – Encontro de líderes de desbravadores. 30 de outubro a 4 de novembro – II Campori de Desbravadores da UCOB. E assim suscetivamente. É necessário verificar também as datas de outros departamentos, para não haver choque de programações.

Após concluir essa parte, reúna a sua liderança (isso inclui toda a diretoria, conselheiros e instrutores). Listem todas as atividades que vocês gostariam de realizar naquele ano: acampamento interno, caminhada, 3 projetos missionários, semana de oração, 4 projetos comunitários, investidura… Caso vocês tenham dúvidas sobre o que deve ser feito em um ano, confiram o Ranking dos Desbravadores. Em seguida, procure na sua agenda datas possíveis para esses eventos. Depois disso, basta escolher as folgas e o restante dos dias serão as reuniões normais.

Agora que vocês já têm a agenda anual, vocês devem partir para a parte do planejamento. Abaixo de cada evento, agora, você deve planejar o que será a atividade, onde e quem é o responsável por ela. Um detalhe importante é planejar até mesmo as reuniões normais, conforme modelo acima.

Em continuidade (provavelmente serão necessárias 2 ou 3 reuniões), vocês farão o planejamento das classes e especialidades (confira AQUI).

Sabemos que existem imprevistos que podem modificar o que planejamos, mas com o planejamento prévio, até mesmo lidar com esses imprevistos se torna mais fácil! Faça o possível para seguirem o que planejaram, para que vocês cumpram com todas as suas metas.

Para facilitar, fizemos um pequeno modelo de agenda abaixo (até o mês de março), com o planejamento de algumas atividades. Não se esqueçam que todas devem ser planejadas!

Janeiro

27-29 – Convenção de Liderança do Ministério Jovem

Local: CATRE

Responsável: Associação Planalto Central

Fevereiro

6 (domingo) – Abertura oficial

13 (domingo) – Reunião Normal

Local: Escola Municipal X

8h30min – Abertura da reunião / civismo – diretor do Clube 

8h45min – Cantinho da unidade – conselheiros 

9h30min – Ordem unida – instrutor fulano de tal 

10h00min – Instrução de classes / especialidades – instrutores 

10h50min – Recreação – fulano de tal 

11h20min – Encerramento – diretor do Clube

19 (sábado) – Reunião Normal 20 (domingo) – Reunião Normal

26 (sábado) – Reunião Normal

27 (domingo) – Reunião Normal

Março

5 a 6 – Folga – Acampamento de Verão

12 (sábado) – Início das Classes Bíblicas

Local: Escola Municipal X

Responsável: Cicrano (capelão)

15h30min – Abertura da reunião/devocional/divisão dos desbravadores – diretor do Clube

16h00min – Explicação do funcionamento da Classe Bíblia e primeira lição – Capelão

16h45min – Dinâmica – Beltrano

17h00min – Encerramento – Diretor do Clube

13 (domingo) – Reunião Normal

19 (sábado) – Reunião Normal

20 (domingo) – Reunião Normal

26 (sábado) – Projeto Comunitário

Local: Bairro Y

Atividade: Distribuição de folhetos de saúde

Responsável: Fulano de Tal

Descrição: Em janeiro, até o dia 31, procurar a Secretaria Municipal de Saúde. Apresentar o Clube de Desbravadores e disponibilizar-se ara trabalhar para a comunidade. Informar-se dos projetos desenvolvidos no âmbito da saúde e solicitar material para participar de um projeto na data marcada.

27 (domingo) – Reunião Normal 


Orientações para novos Clubes de Desbravadores

Mais um ano está chegando ao fim. Esse é o momento perfeito para iniciarmos os trabalhos para a fundação de um novo Clube de Desbravadores! Podemos aproveitar as férias, os recessos e treinar a nova diretoria, para que o Clube possa estar ativo já desde o início do ano e não perca nenhuma atividade!

É muito gostoso vermos um Clube se erguendo e, posteriormente, vermos os frutos do trabalho deste Clube. É maravilhoso ver crianças se entregando a Cristo, por meio do batismo! Essa Obra não pode ficar parada! Quanto mais Clubes tivermos, mais rápido será a volta de Jesus!

Para ajudar os Clubes que estão começando as suas atividades, separamos os principais posts do Cantinho da Unidade sobre o assunto. Também criamos uma nova página e uma nova tag, para facilitar o acesso a esse material.

Como fundar um novo Clube de Desbravadores?

O que fazem os Desbravadores? Parte 1

O que fazem os Desbravadores? Parte 2

O que fazer numa reunião do Clube?

O sistema de unidades e o trabalho do conselheiro – parte 1

O sistema de unidades e o trabalho do conselheiro – parte 2

O cantinho da unidade

O capitão da unidade – parte 1

O capitão da unidade – parte 2

O secretário da unidade

O que são as Classes Regulares?

O instrutor das Classes

Planejamento das Classes

Especialidades: aprendendo a pesquisar

Como conseguir garotos e garotas para participar do Clube?

Ofícios

Planejando um acampamento para os desbravadores (1)

Planejando um acampamento para os desbravadores (2)

Planejando um acampamento para os desbravadores (3)

Livro de atas

Ficha de avaliação da unidade

Ordem unida

O Estatuto da Criança e do Adolescente e os Desbravadores

Esse material já vai te dar uma nova visão sobre como, porque e o que fazer no Clube de Desbravadores. É fundamental também vocês baixarem o Manual Administrativo e os Manuais das Classes, que serão os livros de cabeceira de vocês nas próximas décadas, rs.

Uma ótima maneira de guiar o planejamento de vocês em relação às atividades anuais é seguir o Ranking de Desbravadores, independente da sua União, pois ele dá o norte do que todo Clube deve fazer.

Caso ainda haja alguma dúvida, vocês podem consultar a apostila do TBD da APlaC deste ano, com vários desses materiais acima. Vocês também podem entrar em contato com qualquer membro da nossa equipe. Será um prazer servi-los!

Maranata!

 
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