Arquivo | janeiro 2011

Blog em transição

Amigos, agora o Cantinho da Unidade tem um domínio próprio: www.cantinhodaunidade.com, para facilitar o acesso a todos. Porém, como estamos trabalhando nessa transição, estamos tendo alguns problemas de acesso. Pedimos desculpas pelos problemas com os redirecionamentos e com o acesso a postagens mais antigas, mas já estamos solucionando isso. Pretendemos que até sexta tudo esteja resolvido. 

Se você clicar em algum link que não der certo, faça o seguinte: por exemplo, se eu clicar na seção especialidades, por exemplo, não vai dar certo, então vá lá na barra de endereço (onde está: http://www.cantinhodaunidade.com/search/label/Especialidades e mude www.cantinhodaunidade.com por cantinhounidade.blogspot.com e deixa o resto (http://cantinhounidade.blogspot.com/search/label/Especialidades). Daí vai funcionar.

Agradecemos o apoio e a compreensão de todos.


Especialidades: aprendendo a pesquisar

Na semana passada o Alberto fez a postagem sobre Especialidades [mal]respondidas. Essa postagem critica a qualidade de um material respondido bastante divulgado na internet e a divulgação de quaisquer materiais respondidos (mesmo que bem respondidos), tendo como base a filosofia da Divisão Sul-Americana sobre a divulgação destes materiais.

Essa postagem, juntamente com o questionamento de algumas pessoas sobre como encontrar bom material para o ensino das especialidades, nos deu a idéia de escrever sobre o ensino de especialidades no Clube de Desbravadores.

O ideal é que a pessoa que vá ensinar a especialidade tenha um bom conhecimento do assunto. Assim evitamos que as especialidades sejam ensinadas de forma errada, superficial ou até mesmo aprofundada demais. Alguém que tenha o conhecimento da especialidade pode definir melhor que profundidade dar a ela, de acordo com a faixa etária e a escolaridade do público, além do conhecimento e do interesse sobre o assunto e do tempo disponível para o ensino.

Para isso, seria muito bom que dentro do Clube tivéssemos pessoas que tenham habilidade e conhecimento para ensinar todas as especialidades de que o Clube necessita, porém a realidade para muitos clubes pode não ser essa. Caso não haja essa pessoa no Clube, essas são algumas boas saídas, em ordem de preferência:

  1. Buscar membros da Igreja que tenham domínio sobre a especialidade. 
  2. Buscar pessoas conhecidas fora da igreja que dominem o assunto. Nesse caso, devemos ter um cuidado especial para que a pessoa encarregada de ensinar a especialidade não ensine nada que vá contra os princípios da igreja, por exemplo: falar sobre evolução ao ensinar especialidades da natureza. 
  3. Em caso de indisponibilidade de horário da pessoa, pedir que ela capacite alguém para ser instrutor da especialidade. 
  4. Escolher alguém do Clube que possua a especialidade e tenha afinidade e facilidade com o assunto para ser o instrutor. Essa pessoa irá responder toda a especialidade buscando em bibliografia confiável.
Como a situação 4 é bastante comum entre os Clubes, vamos passar a postar aqui no blog especialidades e referências bibliográficas confiáveis. Mais uma vez colocamos aqui a filosofia da Divisão Sul-Americana, disponível no site oficial dos Desbravadores (www.desbravadores.org.br), sobre divulgação de especialidades respondidas:

“As especialidades são estruturas básicas de conhecimento sobre o assunto e muito se deve estudar para ser um especialista. Por isso, não divulgamos as respostas básicas – como infelizmente alguns sites fazem – prejudicando o desenvolvimento intelectual e até moral dos membros, considerando a falta de ética e desrespeito cristãos. Denuncie! Estamos, acima de qualquer coisa, declarando nosso repúdio à estas divulgações ilegítimas, desejando claramente que você, desbravador, também se posicione e motive seus companheiros a fazer alguma coisa contra, mesmo que seja apenas dizer ‘não’.”

Seguindo essa filosofia, não vamos postar as respostas das especialidades. Pretendemos apenas indicar algumas fontes confiáveis e acessíveis para que os Clubes, e mesmo desbravadores por conta própria, possam responder as especialidades de forma correta, ajudando-os a “crescer em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens”.

A internet é uma excelente fonte de informações e não deve ser ignorada. Porém precisamos aprender a selecionar quais informações são confiáveis e quais não são. Entre os sites mais confiáveis estão o de universidades, faculdades, sociedades e instituições de pesquisa, órgãos governamentais e sites que são mantidos por profissionais ou pesquisadores do assunto.

Uma das fontes que vêm sendo cada vez mais utilizada, tanto por desbravadores quanto por alguns líderes, a Wikipédia. É uma enciclopédia livre colaborativa, ou seja, qualquer pessoa pode inserir ou alterar seu conteúdo. É uma fonte que nunca deve ser utilizada como fonte de pesquisa única e/ou principal, apesar de existirem temas bem abordados.

Por exemplo, enquanto estava estudando sobre morcegos entrei no site da Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros, uma organização com reconhecimento científico. Na seção de informações sobre morcegos do site encontrei a Wikipédia como fonte de informações em português sobre morcegos, portanto o verbete morcegos na Wikipédia pode ser considerado confiável.

Essa postagem está “inaugurando” uma seção do blog, que tem por objetivo dar dicas de como identificar fontes confiáveis e indicar algumas fontes para cada especialidade específica.

Abaixo está a lista de especialidades que já listamos as fontes:

Quaisquer sugestões sobre o tema, é só fazer um comentário abaixo, ou mandar um email para algum dos colaboradores: allasouju@gmail.com, evenni@gmail.com ou mateuscampos.teus@gmail.com.

Como dobrar bandeiras: esclarecimento

Uma das primeiras postagens do Cantinho da Unidade foi sobre como dobrar corretamente as bandeiras. Já faz 2 meses, mas nesta semana este assunto voltou a ser discutido entre o grupo de regionais da APlaC. No final, uma dúvida ficou pairando no ar: será que só existe esse jeito de dobrar mesmo?

Bem, para solucionar o problema, entrei em contato com o Ministério da Defesa, pelo site deles e hoje recebi a resposta:

Prezado Alberto,

O Ministério da Defesa agradece o envio da sua mensagem. Em atenção ao seu questionamento sobre a maneira correta de se manusear a bandeira nacional, informamos que o MD [Ministério da Defesa] cumpre as normas contidas na Lei nº 5.700, de 1º de setembro de 1971. Com relação ao modo correto de dobrar a bandeira, nós seguimos as orientações contidas no Decreto nº 4.447, de 29 de outubro de 2002, especificamente o artigo 2-2-16. 

Segue abaixo uma transcrição do referido artigo, bem como de um vocabulário das expressões marinheiras utilizadas. Estamos enviando, também, o endereço do atalho para acessar o referido documento:  https://www.mar.mil.br/menu_v/cerimonial_mb/cerimonial_mb.htm.

Atenciosamente,

 

Transcrição do Art. 2-2-16 do Cerimonial da Marinha Brasileira

MODO DE DOBRAR A BANDEIRA NACIONAL BRASILEIRA 

A Bandeira Nacional, no arriamento, após ser desenvergada, é dobrada da seguinte forma: 

I – segura pela tralha e pelo lais, é dobrada ao meio em seu sentido longitudinal, ficando para baixo a parte em que aparecem a estrela isolada Spica (Alfa da Virgem – Pará) e a parte do dístico “ORDEM E PROGRESSO”; 

II – ainda segura pela tralha e pelo lais, é, pela segunda vez, dobrada ao meio, novamente no seu sentido longitudinal, ficando voltada para cima a parte em que aparece a ponta de um dos ângulos obtusos do losango amarelo; a face em que aparece o dístico deve estar voltada para a frente da formatura; 

III – a seguir é dobrada no seu sentido transversal, em três partes, indo a tralha e o lais tocarem o pano, pela parte de baixo, aproximadamente na posição correspondente às extremidades do círculo azul que são opostas; permanece voltada para cima e para a frente a parte em que aparecem a estrela isolada e o dístico; 

IV – ao final da dobragem, a Bandeira Nacional apresenta a maior parte do dístico para cima e é passada para o braço flexionado do mais antigo, sendo essa a posição para transporte; 

V – para a guarda, pode ser feita mais uma dobra no sentido longitudinal, permanecendo o campo azul voltado para cima. 

===== VOCABULÁRIO ====== 

DESENVERGAR = Tirar (a bandeira) da verga; 

VERGA = Barra delgada de metal ; 

ARRIAR = Abaixar, descer (o que estava suspenso ou levantado); 

TRALHA = Cabo cosido em uma bandeira, insígnia, etc., e por meio do qual esta é presa à adriça que permite içá-la num mastro, verga, etc. 

ADRIÇA = Cabo de laborar utilizado para içar bandeira, flâmula, roupa, maca e determinadas vergas e velas; 

LAIS = Cada uma das extremidades de uma verga; Extremidade oposta ao pé, num pau de surriola (mastro, haste); 

OBTUSO = Que não é agudo; rombo, arredondado.

Nota: O Ministério da Defesa (isso inclui também o Exército, a Marinha e a Força Aérea) utiliza esse cerimonial, regulamentado pelo Decreto acima. Essa é a única norma que trata sobre o assunto, não existe nenhuma outra Lei, Decreto ou Portaria. Então, podemos concluir que esta é a única maneira que temos (pelo menos por enquanto, é claro).

Como o Decreto é um Decreto que regulamenta um procedimento militar, legalmente falando ele não se aplicaria ao Clube, mas como não existe nenhuma outra normativa a respeito, então o melhor é o Clube de Desbravadores adotar o procedimento, assim como adotamos o manual de ordem unida do Exército (clique AQUI para baixar), e passar a ensinar aos desbravadores e novos líderes.

A maneira descrita por eles tem um vocabulário muito difícil, mas confira a postagem inicial, com uma linguagem mais simplificada e um gif para ajudar: Como dobrar bandeiras.

Expressões e vícios igrejeiros

Gente, como a maior parte dos líderes de desbravadores está envolvida ativamente em outros departamentos e liderança da Igreja local (amém!), este post do Michelson pode nos ajudar bastante a conduzirmos melhor o programa da Igreja.

É interessante notar como, com o tempo, certas expressões de linguagem e “vícios” de comportamento acabam sendo incorporados e cristalizados no meio religioso (no que diz respeito às expressões, isso é até normal, em qualquer língua falada). A lista abaixo é apenas uma sugestão para ajudar especialmente os líderes e comunicadores das igrejas a aprimorar o trabalho que desempenham e que é muito importante para Deus e para a comunidade:

1. “Vamos cantar o hino ……. para a entrada da plataforma.” A plataforma, sobre a qual ficam o púlpito e as cadeiras do pregador e dos oficiantes, nunca entra, a menos que tenha rodinhas e seja móvel. A plataforma sempre está lá. Quem entra são os oficiantes do culto ou componentes da plataforma. Alguns podem alegar que em “entrada da plataforma” há elipse e metonímia. Correto. Outros podem argumentar que o uso consagrou a expressão, apesar da incorreção. Igualmente correto. Então, para evitar maiores discussões, poderíamos simplesmente cantar para que entrem os oficiantes que compõem a plataforma, sem precisar chamá-los. Que tal?

2. Já que mencionamos a música, é bom lembrar que o ideal é anunciar os hinos pelo nome e depois informar o número deles. Assim, fica melhor: “Vamos cantar o hino ‘Jubilosos Te adoramos’, nº 14.” E nada de dizer “Vamos cantar o hino três, quatro, dois.” O correto é “trezentos e quarenta e dois”.

3. “Senhor, abençoa os que não puderam vir por motivo justo.” Esse tipo de súplica é comum em cultos de oração (às quartas-feiras), quando geralmente há menos pessoas na igreja. Infelizmente, é um tipo de oração legalista que procura excluir das bênçãos de Deus certas pessoas. Se alguém deixou de ir à igreja por “motivo injusto”, aí, sim, é que devemos orar por essa pessoa. O melhor mesmo é ser inclusivo e orar: “Senhor, abençoa aqueles que não puderam vir. Que Teu Espírito esteja com eles neste momento.” Outro detalhe: tem gente que parece ter fixação pelos que não vieram à igreja. O dirigente começa a reunião e já dispara: “Apesar de termos muitos bancos vazios…” ou “Mesmo sendo poucos…” Vamos valorizar os que estão presentes. Pra que ficar falando toda hora de quem não veio? Nenhum apresentador de TV fala sobre os que não estão assistindo ao seu programa… Quem não veio que ore em casa por si mesmo e vá à reunião seguinte, se for possível.

4. “Aqueles que puderem, vamos nos ajoelhar para orar.” Essa também já virou “vício”. É evidente que somente se ajoelharão aqueles que puderem. E os que não puderem por certo serão tão poucos que nem é preciso mencionar. Essa frase é dispensável.

5. Às vezes, quando alguém vai apresentar os oficiantes do culto, na plataforma, diz algo do tipo: “À minha direita, à esquerda dos irmãos…” Isso é quase como chamar a congregação de espacialmente desorientada. Que tal simplesmente dizer: “À direita do pregador…”, ou algo assim? 

6. “Senhor, que Tuas bênçãos venham de encontro às nossas necessidades.” Tenho certeza de que quem ora dessa maneira não quer esbarrar nas bênçãos de Deus nem ser atingido por elas. Vir de encontro é se chocar contra. O correto, então, é pedir que as bênçãos de Deus venham ao encontro das nossas necessidades, ou seja, estejam de acordo com o que precisamos.

7. “Viemos aqui para celebrar…” Viemos é pretérito perfeito de “vir”. Talvez o mais adequado seja dizer “vimos”, presente do indicativo de “vir”. Mas dizer “Vimos aqui” fica muito formal, não é? Então, que tal mudar para algo do tipo: “Estamos aqui para celebrar…”? Na dúvida, saia pela tangente e busque sempre a maneira mais simples (porém correta) de falar.

8. “Senhor, abençoa esta semana que para nós é desconhecida”; “Não temos mérito algum, mas confiamos nos méritos do Teu filho Jesus Cristo”; etc. Não há nada de gramaticalmente errado nessas frases, mas será que quem as usa está pensando no que diz? Aqui quero chamar atenção para as “frases feitas” que povoam nossas orações. Oração, como bem definiu Ellen White, é abrir o coração a Deus como se faz com um amigo. Portanto, as orações, mesmo as feitas em público, deveriam ser dirigidas a Deus com palavras simples e sem modismos ou tradicionalismos ditos automaticamente.

9. “Quando a porta da graça for fechada”; “Depois do tempo da sacudidura”; “O povo remanescente da profecia”; “A pena inspirada registra que…”; “O povo laodiceano”; “Segunda hora”; “Vamos para o lava-pés”; “O departamento de Mordomia”, “Fazer o pôr do sol” (não precisa fazer, ele é automático!); “Devolução do pacto”; etc. Novamente, nada há de errado com essas frases e expressões. Mas imagine que você não é adventista ou não é cristão e está visitando uma igreja adventista pela primeira vez. Como interpretaria essas expressões? Entenderia alguma coisa? Portanto, os pregadores devem tanto quanto possível evitar o “adventistês”. Se tiverem que usar termos do jargão adventista, o melhor é explicá-los em seguida. Nossa mensagem tem que ser clara, simples e universal. 

10. Devemos evitar também termos denominacionais que se referem à estrutura da igreja e que não têm muito sentido para quem não os conhece. Imagine a cena: alguém anuncia que naquela manhã de sábado falarão o pastor da União e o pastor da Divisão. Alguém pode pensar que um é bom, pois promove a união, e o outro é mau. Assim, o ideal é explicar os termos ou simplesmente dizer: “Hoje falarão o pastor fulano, diretor de Educação da Igreja no Estado de São Paulo, e o pastor cicrano, líder de Jovens para a América do Sul.” Por que “diretor” e “líder”? Porque é mais claro que “departamental”.

11. Que tal promover o culto jovem? Nos dois sentidos: promover a frequência ao culto e o nome dele desse jeito. “Culto JA” não tem sentido (no meu Estado de origem, JA é Jornal do Almoço). E “programa dos jovens” soa ainda pior. Culto jovem é mais bonito.

12. As pessoas oram, cantam alguns hinos e depois o dirigente diz: “Para começarmos o culto, cantemos o hino …….” A oração e os hinos anteriores não eram parte do culto? Eram o quê, então?

13. Outro “vício” envolve a palavra “possa” (e suas variantes) e até lança dúvida sobre o poder de Deus. Quer um exemplo? “Senhor, que Tu possas nos perdoar os pecados. Que Tu possas conceder a cura ao irmão fulano e que nós possamos ser fieis a Ti.” Além de ficar sonoramente feio, quando repetido, o “possa” aplicado a Deus relativiza o poder dEle. É claro que Deus pode! Talvez Ele não queira algumas coisas, mas que pode, pode. Assim, melhor seria orar: “Senhor, perdoa nossos pecados. Se for da Tua vontade, cura o irmão fulano e ajuda-nos a ser fieis a Ti.”

14. Imperativos são outro problema. Errado: “Senhor, cure”, “Senhor, ouça”, “Senhor, atenda”, “Senhor, faça”. Correto: “Senhor, cura”, “Senhor, ouve”, “Senhor, atende”, “Senhor, faze”. Ok, essa é um pouco mais complicada, mas, com o tempo, um pouco de estudo e atenção, é possível orar direitinho sem perder a espontaneidade. Devemos sempre oferecer o melhor a Deus, inclusive nosso melhor português possível. 

15. Como mais ninguém (a não ser os mais antigos e alguns preciosistas) usa a palavra “genuflexos”, basta dizer “ajoelhados”. Sim, porque “de joelhos” (desde que tenhamos pernas completas) sempre estaremos, mesmo quando ajoelhados. O mesmo vale para “de pé”. O certo é “em pé”. (Porém, fica aqui o registro de que o Dicionário Houaiss já aceita a expressão “de joelhos”.)

16. Devemos evitar o abusivo da palavra “alma”. Exemplos: “Foram batizadas mais de quinhentas almas”; “Sair para a conquista de almas”; “Ganhador de almas”; etc. Para os que entendem “alma” como uma entidade separada do corpo e que sai dele quando a pessoa morre, falar em “conquista de almas” talvez possa configurar a intenção de proceder a essa separação, ou seja, praticar assassinato! Melhor substituir a palavra “alma” por “pessoa”, que é exatamente o sentido bíblico.

17. Para encerrar esta lista (mas não o assunto e a preocupação que ele levanta), não poderíamos deixar de fora expressões exclusivistas, como, por exemplo, “não adventistas”. Você conhece alguém que gosta de ser chamado “não”. “Apresento-lhes este meu não parente.” Horrível, né? Então, evitemos termos que dão a impressão de que somos um clube fechado, exclusivo. Nada de “não adventista”, “mundanos”, etc. Podemos nos referir a “amigos visitantes”, “irmãos evangélicos”, etc. É mais simpático.

Resumindo: temos que descomplicar nossa linguagem e liturgia a fim de que não criemos barreiras para a compreensão da mensagem que é simples e clara: Deus nos ama e quer nos salvar.

Michelson Borges, jornalista e mestre em Teologia

Travessia em Mar Aberto e os Ossos Misteriosos do Egito

Amigos, agora o livro do ano (2011) para aventureiros também já se encontra disponível no site da Casa.

Travessia em Mar Aberto e os Ossos Misteriosos do Egito, Neila D. Oliveira

Aventura! O que vem à sua mente quando você lê essa palavra? Seja no que for que você pense, certamente deve ser algo legal e emocionante. Neste livro, através de Benjamim e Dana, você vai saber como aconteceu a fantástica fuga do Egito e como Deus conduziu Seu povo por uma passagem em mar aberto. Também descobrirá o que havia numa misteriosa caixa transportada com tanto cuidado e carinho e o que o seu conteúdo representou para essas crianças israelitas. Boa viagem!

Preço: R$ 15,80, no site www.cpb.com.br. 

Gente nova no pedaço

Boa noite amigos. Quem nos visitou ontem e hoje deve ter percebido que agora temos mais dois líderes nos ajudando no Cantinho da Unidade. O Mateus e a Éveni já nos ajudaram com algumas postagens e, devido à nossa proximidade, agora eles são colaboradores oficiais do blog. Vamos conhecer um pouquinho mais sobre eles.

Mateus Barros e Silva Campos, 24 anos (completos hoje!!! Feliz aniversário!). É engenheiro florestal pela Universidade de Brasília, UnB, por isso tem muito a contribuir conosco principalmente na área de estudo da natureza.

Atualmente é diretor associado do Clube Bandeirantes, aqui da APlaC e é um grande amigo nosso. Foi investido em líder no II Campori de Líderes – Vencendo Desafios, em outubro do ano passado e já está se preparando para a investidura em máster. 

Contato: mateus_mbs@yahoo.com.br.

Éveni Agustinho Silveira de Souza, 22 anos. Estuda direito na Universidade Católica de Brasília (termina este ano!). É casada (comigo, hehe) e gosta muito de escrever. É apaixonada pela leitura e tem um excelente conhecimento bíblico e dos escritos de Ellen White.

Atualmente é regional também. Já foi secretária do Departamento Jovem por 2 anos, então sabe muito dos processos burocráticos do Clube de Desbravadores.

Foi investida em líder no I Campori da 3ª região, em maio de 2005 (quando nos conhecemos!) e em líder master no IV Campori de Desbravadores – Unidos na Fé, em outubro de 2006.

Contato: evenni@gmail.com.

Sejam bem-vindos! 

Animais Ameaçados de Extinção

Resolvi escrever sobre esse tema por uma seqüência de acontecimentos. Cerca de um mês atrás, escrevi o artigo “Especialidades de Estudo da Natureza, coleções e legislação ambiental”. Enquanto li sobre esse assunto, também li sobre animais ameaçados de extinção, um assunto que sempre me interessou. No final do ano passado, o Alberto e eu tivemos a idéia de formar um grupo para trabalhar na revisão, tradução e criação de especialidades. Iniciamos pelo levantamento de quais especialidades seriam interessantes de ser traduzidas e criadas. Adivinhem que especialidade entrou na nossa lista? Animais Ameaçados de Extinção. É a especialidade Endangered Animals, da Divisão Norte-Americana. Li e pesquisei mais sobre o assunto para traduzi-la e respondê-la. Quando terminei esse trabalho, o Alberto sugeriu que eu escrevesse sobre isso, pois é um tema bem interessante.

Primeiramente, o que é extinção? É o total desaparecimento de espécies, subespécies ou populações de espécies. Os dois primeiros casos são casos de extinção e o segundo é um caso de extinção local. Exemplificando:

Figura 1 – Dodô (Raphus cucullatus); tigre-de-bali (Panthera tigris balica); salmão-vermelho (Oncorhynchus nerka)

  • O Dodô (Raphus cucullatus), aquele ave que aparece no desenho A Era do Gelo, era uma ave não-voadora da Ordem dos pombos que vivia nas Ilhas Maurício e foi completamente extinta em 1681.
  • Os tigres estão entre os animais mais ameaçados de extinção, porém três subespécies de tigre já são consideradas extintas: tigre-de-bali (Panthera tigris balica), tigre-de-java (Panthera tigris sondaica) e Tigre-do-cáspio (Panthera tigris virgata). Existem mais seis subespécies de tigre, todas ameaçadas de extinção.
  • O salmão-vermelho (Oncorhynchus nerka) possui populações em diferentes lugares, sendo que em alguns lugares esta espécie é considerada extinta.

Agora, o que são espécies ameaçadas de extinção? São aquelas que se encontram em perigo de extinção, sendo sua sobrevivência incerta, caso os fatores que causam essa ameaça continuem atuando. Essas ameaças podem ser causadas pelos seguintes fatores:

  • Perda e degradação dos habitats;
  • Alterações climáticas;
  • Carga excessiva de nutrientes ou outras formas de poluição;
  • Sobrexplotação e uso não sustentável;
  • Espécies exóticas invasoras.

Mas quais são os critérios para inclusão de uma espécie na lista de espécies ameaçadas? Não existe um consenso sobre esses critérios, mas os mais conhecidos e aceitos mundialmente são os da Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), ou simplesmente Lista Vermelha da IUCN. Esta lista obedece a critérios precisos para avaliar o risco de extinção de espécies, subespécies e populações de espécies em todo o mundo e constitui um dos inventários mais detalhados sobre o estado de conservação mundial de várias espécies. Nesta lista existem nove categorias, sendo que três delas são de espécies ameaçadas.

  • Extinto (EX) – Extinct: quando não restam dúvidas de que o último indivíduo morreu. Não existe vivo em cativeiro.
  • Extinto na natureza (EW) – Extinct in the Wild: apenas conhecida como sobrevivendo por cultivo, em cativeiro ou como população naturalizada, fora da sua área de distribuição conhecida.
  • Criticamente em Perigo (CR) – Critically Endangered: se considera que a espécie enfrenta um risco de extinção na natureza extremamente elevado.
  • Em perigo (EN) – Endangered: se considera que a espécie enfrenta um risco de extinção na natureza muito elevado.
  • Vulnerável (VU) – Vulnerable: se considera que a espécie enfrenta um risco de extinção na natureza elevado.
  • Quase Ameaçado (NT) – Nearly Threatened: não se enquadra em nenhuma categoria no momento, mas sendo provável que lhe venha a ser atribuída uma categoria de ameaça num futuro próximo.
  • Menos Preocupante (LC) – Least Concern: categoria de risco mais baixo. Não qualificável para uma categoria de maior risco. Táxons abundantes e amplamente distribuídos são incluídos nesta categoria.
  • Dados insuficientes (DD) – Data Deficient: Quando não há informação adequada para fazer uma avaliação direta ou indireta do seu risco de extinção.
  • Não avaliada (NE) – Not Evaluated: ainda não foi avaliado pelos presentes critérios.

As espécies são incluídas nas categorias por pelo menos um dos seguintes critérios:

  • Critério A – Redução das populações;
  • Critério B – Distribuição geográfica;
  • Critério C – Tamanho populacional;
  • Critério D – Espécies com distribuição muito restrita ou muito pequena;
  • Critério E – Análises quantitativas.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com a Fundação Biodiversitas, lançou em novembro de 2008 o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, uma publicação que traz um amplo conjunto de informações das espécies presentes nas Listas Nacionais Oficiais de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção. Essa lista é elaborada com base nos mesmos critérios e resultando nas mesmas categorias de ameaça.

O Brasil é o 4º país no ranking de animais que estão ameaçados de extinção, o 1º em número de aves e 4º na lista de mamíferos. Atualmente, a lista brasileira da fauna ameaçada de extinção consta de 644 espécies, sendo 69 mamíferos, 160 aves, 20 répteis, 16 anfíbios, 160 peixes e 209 invertebrados. Desse total, sete espécies são consideradas extintas e duas extintas na natureza.

Quem já ouviu falar da ararinha-azul? Pois é, ela é uma das espécies que está extinta na natureza. O último exemplar silvestre desapareceu em 2000, restando pouco mais de 60 indivíduos em cativeiro, a maioria fora do Brasil. Mesmo assim, ainda existem esforços que buscam o aumento da população em cativeiro, visando futuras reintroduções.

Figura 2 – Último exemplar de arararinha-azul (Cianopsitta spixii) com um maracanã. (Foto: Luis Cláudio Marigo)

Entre as espécies extintas e extintas na natureza, além da ararinha-azul, temos três aves (o mutum-de-alagoas, o maçarico-esquimó e a arara-azul-pequena), uma perereca, uma libélula, uma formiga e duas minhocas.

Infelizmente essas espécies não existem mais, então não correm mais riscos. Porém existem mais 635 espécies brasileiras, algumas delas bem conhecidas, que estão correndo algum risco de extinção, ou seja, estão classificadas em uma das três categorias de ameaça (Criticamente em perigo, Em perigo e Vulnerável).

Por exemplo, a onça-pintada (Panthera onca). Considerada um símbolo da exuberância da vida silvestre, agora essa espécie também é considerada um símbolo de campanhas pela preservação da biodiversidade. O maior felino das Américas consta como Vulnerável na lista de espécies ameaçadas de extinção, mas está à beira da extinção na Caatinga e na Mata Atlântica (risco de extinção local). E mesmo na Amazônia e Pantanal sua situação não é tão favorável quanto se imaginava. A onça-pintada vai ganhar um Plano Nacional de Conservação, que será gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Outro exemplo é o mico-leão-dourado (Leontopithecos rosalia). Desde os anos 70 ele é considerado um dos símbolos da conservação da biodiversidade, pois há muito tempo está ameaçado de extinção, praticamente extinto com a devastação da Mata Atlântica. Com o Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado, a espécie ficou numa situação melhor, porém ainda está entre as ameaçadas de extinção, classificada como Em perigo.

A tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) é a maior das espécies de tartarugas marinhas. Sua carapaça não é ossificada como nas outras tartarugas-marinhas, sendo revestida por um tecido coriáceo, que deu origem ao nome da espécie. Pode atingir até 700 kg e 180 cm de comprimento, sendo também chamada de tartaruga-gigante. Essa espécie tem status de Criticamente em perigo, sendo que o número anual de fêmeas que se reproduzem no litoral brasileiro, estimado a partir do número de desovas, situa-se entre dois e 19 indivíduos.

Mas o que nós, Desbravadores, temos com isso?

Gostaria de iniciar essa reflexão com os seguintes textos bíblicos:

Deus os abençoou, e lhes disse: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra“. (Gênesis 1:26-28).

O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo. (Gênesis 2:15).

Traduzindo: Deus nos constitui por mordomos dele, nos delegou a responsabilidade de cuidar da natureza. Subjugar, dominar, cuidar, cultivar. Todas estas são ordens de Deus quanto à mordomia da natureza. Precisamos entender que a nossa função é a de administrar e não a de destruir. Devemos cultivar a natureza, e não apenas explorá-la.

Todas as nossas atitudes devem estar de acordo com esse princípio. Se eu sei de algo que é prejudicial à natureza e continuo fazendo, estou sendo negligente com a tarefa que Deus me delegou. Estou ignorando a ordem de Deus que me diz para cuidar da natureza. Que possamos entender essa ordem e segui-la em todos os aspectos de nossa vida.

Para sugestões, reclamações ou dúvidas, deixem um comentário ou enviem um e-mail para: mateus_mbs@yahoo.com.br

SITES INTERESSANTES:

Fundação Biodiversitas

International Union for Conservation of Nature

WWF

Projeto Tamar – ICMBio

Projeto Arara-Azul

Associação Mico-Leão-Dourado

Animais extintos

Top 10 animais extintos

Animais extintos: o Tilacino

MMA – MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. 2008. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. 2 volumes. MACHADO, ABM., DRUMMOND, GM. and PAGLIA, AP. (Eds.). Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Biodiversidade 19. Disponível em:http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=179&idConteudo=8122&idMenu=8631

Como preparar os desbravadores para a perseguição

Não adianta falar que o clube de desbravadores não foi criado para preparar para a perseguição. Gerações inteiras cresceram acreditando nisso, até mesmo eu nos meus primeiros anos de desbravadora. Mas não são só as pessoas do clube que se preocupam em estar “preparados para a perseguição”. Já vi igrejas que em todo acampamento fazem uma simulação desse período, irmãos que criticam quem não gosta de determinado alimento com a seguinte frase: “Mas e se tiver só jiló para comer na perseguição?” 

Outro dia eu ouvi um não cristão dizer: “esses adventistas têm mania de perseguição.” Fiquei extremamente aborrecida com isso, mas depois percebi que alguns adventistas têm mesmo essa mania. 

Ellen White, no livro O Grande Conflito, pág. 631, diz o seguinte sobre esta época: “Quando o decreto promulgado pelos vários governantes da cristandade contra os observadores dos mandamentos lhes retirar a proteção do governo, abandonando-os aos que desejam sua destruição, o povo de Deus fugirá das cidades e vilas e reunir-se-á em grupos, habitando nos lugares mais desertos e solitários. (…) Os amados de Deus passarão dias penosos, presos em correntes, retidos pelas barras da prisão, sentenciados a morte, deixados alguns aparentemente para morrer à fome nos nauseabundos calabouços.” 

Assustador? Talvez. Mas sinceramente participar de um “rala”, comer alimentos dos quais não gosta ou participar de simulações simplistas não vai ajudar a ninguém se preparar. Se você, líder, quer realmente estar pronto para esses tempos difíceis e preparar seus desbravadores também, siga os passos abaixo: 

Treinamentos de resistência 

  • Passar uma noite em vigília estudando os livros de Daniel, Isaías e Apocalipse. 
  • Conseguir permanecer no mínimo uma hora ajoelhado em comunhão com Deus. 
  • Enfrentar chuva ou sol escaldante para dar estudos bíblicos a alguém interessado em conhecer mais da verdade. 

Condicionamento físico 

  • Manter-se absolutamente afastado de todo o tipo de bebidas alcoólicas e entorpecentes. 
  • Seguir rigorosamente o regime alimentar recomendado por Deus eliminando gorduras, açúcares em excesso e outros alimentos prejudiciais à saúde. 
  • Ter uma ocupação útil. Jesus trabalhava na carpintaria, Paulo fazia tendas. Siga o exemplo deles. 

Treinamento espiritual (Essa é a parte mais importante) 

  • Estudar a Bíblia diariamente. 
  • Ter um relacionamento sólido com Deus. 
  • Interceder em oração pelos seus amigos. 
  • Manter a consciência limpa. 
  • Memorizar passagens Bíblicas de conforto e promessas de Deus. Ex. Salmos 91; 55:22; 27:1; 145:18; I Coríntios 2:14; 10:13; Tiago 1:7; Filipenses 4:19; Isaías 35:10; Romanos 8:28; Mateus 24:44. 

Quem seguir esses passos estará mais do que preparado para o tempo da perseguição. 

– Sabe de uma coisa? Eu acho que já vi esses requisitos em algum lugar… São uns livrinhos coloridos… acho que chamam de cartão… – Ah!!! Então quer dizer que isso já existe? Pensei que fosse novidade… 

No mesmo livro, na pag. 634, Ellen White diz o seguinte: “O povo de Deus não estará livre de sofrimento; mas conquanto perseguidos e angustiados, conquanto suportem privações e sofram com a falta de alimento, não serão abandonados a perecer. O Deus que cuidou de Elias, não desamparará nenhum de seus abnegados filhos. Aquele que conta os cabelos de sua cabeça, deles cuidará; e no tempo de fome serão alimentados”. 

Depois disso não é preciso dizer mais nada.


Legalismo no Clube

“Mas a justiça humana é como trapos de imundícia”. 
Isaías 64:6. 


Legalistas, não sei se este é o termo adequado para caracterizar aqueles líderes extremistas que não toleram uma mínima afronta sequer às regras do clube de desbravadores. Será que você conhece alguém desse tipo? Talvez. Nesse mundo averso a regras é mais fácil achar desleixados do que legalistas, mas é fácil identificá-los: são aqueles que não suportam ver uma apresentação de ordem unida com comandos que “não existem”; que deixam o desbravador de castigo se ele se mexe durante a execução do Hino Nacional; ou ainda que têm um infarto ao ver alguém usando algum detalhe do uniforme de maneira errada.

É, realmente… acho que legalista não é a palavra correta. Para definir esse tipo o melhor termo seria fariseu. Estou sendo extremista? Acho que não. A atitude desses líderes é muito semelhante a dos líderes de Israel. Eles sobrecarregavam o povo com tantas regras e preceitos que coisas que deviam ser prazerosas como a guarda do Sábado tornavam-se um fardo. Comportamento que Jesus tentou avidamente combater.

Em Mateus 18:21-35 Jesus ensina sobre o perdão através de uma parábola. Pedro havia perguntado até quantas vezes deveria perdoar e Jesus respondeu: “Até setenta vezes sete”, ou seja, 490 vezes. Acho que ninguém fica marcando na agenda quantas vezes perdoou uma pessoa, até porque se ela fizer isso é sinal que não perdoou verdadeiramente.

Devemos seguir este exemplo, há questões importantes no clube como o jeito certo de ensinar o programa das classes, exigir que os desbravadores cumpram todos os requisitos da melhor maneira possível… Assuntos como esse merecem ser debatidos, mas sinceramente passar horas discutindo se pode ou não usar o uniforme de gala sem o lenço, ou pior que isso, ficar “inimigo” de outro líder se ele não compartilha as mesmas opiniões que você, isso é ser como os fariseus que queriam perdoar só até três vezes. Não temos justiça própria. Se fazemos algo de bom é pelos méritos de Cristo. Tropeçamos diariamente em seus preceitos e Ele não nos fulmina imediatamente, nem limita a quantidade de vezes em que vai nos perdoar. Inspirados no Modelo Perfeito devemos ser tolerantes e humildes, para repreender com amor quando necessário e aceitar a repreensão se estivermos errados.


Especialidades [mal]respondidas

Quem é desbravador há algum tempo certamente conhece esse site! Até alguns anos atrás, era a febre, quase todas as especialidades respondidas! Mas qual o problema nisso?

Vejamos a filosofia que a Divisão Sul Americana adota a respeito: “As especialidades são estruturas básicas de conhecimento sobre o assunto e muito se deve estudar para ser um especialista. Por isso, não divulgamos as respostas básicas – como infelizmente alguns sites fazem – prejudicando o desenvolvimento intelectual e até moral dos membros, considerando a falta de ética e desrespeito cristãos. Denuncie! Estamos, acima de qualquer coisa, declarando nosso repúdio a estas divulgações ilegítimas, desejando claramente que você, desbravador, também se posicione e motive seus companheiros a fazer alguma coisa contra, mesmo que seja apenas dizer ‘não'”.

Aqui está claramente o objetivo deste post, poderíamos acabar por aqui, mas isso ainda não é suficiente… Infelizmente muitos Clubes, líderes e desbravadores utilizam desse material para fazer as suas especialidades. Isso prejudica o desenvolvimento intelectual tanto por fazer com que eles não tenham praticamente nenhum trabalho de pesquisa quanto pela qualidade das respostas. Ao aderirmos a essa prática, estamos estagnando o nosso conhecimento, e acabamos sempre “aprendendo” daquele mesmo conhecimento medíocre.

A qualidade das respostas deixa muitíssimo, muitíssimo mesmo a desejar. Neste final de semana será o nosso TBD, então o líder Mateus Campos, que é engenheiro florestal e eu separamos alguns exemplos para vocês, que juntamos numa simples olhada por alto.

Além de separarmos exemplos de algumas especialidades, criamos a seção Especialidades: aprendendo a pesquisar, com o intuito de disponibilizar fontes confiáveis para o estudo das especialidades, em lugar de divulgar especialidades respondidas.

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Alerta Vermelho: 3. Demonstrar que medidas de primeiros socorros você deveria tomar numa emergência nas seguintes circunstâncias:

d. Alguém que engoliu veneno:Incitar o vômito na pessoa e levar o mais rápido possível a um hospital para lavagem gastrintestinal.

Como assim? Isso é o que NUNCA devemos fazer nestes casos.

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Resgate Básico: 2. Demonstrar como resgatar, com segurança, uma pessoa nas seguintes situações:

b. em ambiente cheio de fumaça ou gás – andar mais próximo ao chão possível, pois a fumaça tende a subir. Abrir todas as portas e janelas que possível. Se houver fogo no local, molhe a roupa (mas fique longe do fogo, você não está 100% protegido).

c. com as roupas em chamas – devemos abafar com um cobertor ou pano, de preferência molhado. Não deixe a pessoa correr. Rolar no chão pode espalhar o fogo.

O que acontece quando esquentamos a água? Ela ferve! Parece óbvio, mas é isso que acontece também às roupas e cobertores molhados. O fogo pode fazer com que ela ferva, queimando ainda mais a pessoa! Efeito completamente contrário, não?

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Arbustos: 7. Observe algum arbusto que esteja florido e relacionar a maior quantidade de insetos possível (pelo menos três) que venham buscar pólen ou néctar nas suas flores.

Item prático. NOTA – O arbusto bico-de-papagaio é alvo de aranhas-de-jardim e cochonilhas.

Tudo bem, mas e os insetos? (aranhas não são insetos!) Além disso, cochonilhas não vão buscar pólen nem néctar em nenhuma planta, elas sugam a seiva das plantas.

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Aves: 1. Apresentar duas características que diferenciam as aves de todos as outras criaturas.

Possuem penas, bico, sangue quente e asas.

O ornitorrinco e as tartarugas também possuem bicos; mamíferos também possuem sangue quente; morcegos também possuem asas. Então só sobra uma característica!

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Primeiros Socorros – Nível Básico: 1. Conhecer as causas do choque e demonstrar o tratamento adequado.

O sangue flui de forma alterada. O coração, cérebro e órgãos vitais podem ficar sem sangue e a pessoa pode morrer se não for atendida no tempo certo. Ocorre por queimaduras graves, hemorragia acentuada, ossos quebrados e grandes ferimentos. O choque pode ocorrer em decorrência de uma doença grave. Qualquer ferimento grave pode causar o choque.

Este é apenas um tipo de choque, o hipovolêmico, e quanto aos outros tipos (cardiogênico, anafilático, neurogênico)? Mais uma resposta incompleta!

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Primeiros Socorros – Nível Básico: 6. Saber o procedimento adequado para tratar uma vítima de envenenamento.

Primeiro deve-se saber o que a pessoa ingeriu. Se ela ingeriu ácidos, amoníacos, alvejantes, desinfetantes, soda cáustica ou derivados de petróleo (gasolina, acetana, removedor, etc.) NÃO provoque o vômito. Caso tenha ingerido soda cáustica dê uma mistura de vinagre e suco de limão diluídos em água e logo em seguida dê leita ou clara de ovo. Em caso de ingestão de ácido, dê leite, água com bicarbonato, azeite de oliva ou clara de ovo para amenizar as irritações do aparelho digestivo. Nos casos de não ter ingerido nenhuma dessas substâncias acima, você pode incitar o vômito através de água morna ou dois dedos na garganta. Depois leve a vítima ao hospital para diagnosticar se o caso é grave ou não. Não esqueça de levar a amostra do que foi ingerido (o rótulo do produto).

Amigos, por favor, a única coisa que podemos fazer em casos de envenenamento é levar a vítima para o hospital o mais rápido possível. Se possível, levar o rótulo ou o vidro do que ela ingeriu. NUNCA devemos dar nada para eles “neutralizarem os efeitos”, e NUNCA, NUNCA mesmo, provocar o vômito.

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Primeiros Socorros – Nível Básico: 13. Conhecer a diferença entre um ataque cardíaco, derrame, epilepsia e um simples desmaio, e o tratamento apropriado para cada um deles.

Epilepsia – A pessoa se debate e perde os sentidos temporariamente. Apenas evite que ela se machuque, afastando os objetos de perto dela. Não tente segurar seus movimentos.

Isto não é epilepsia, é convulsão. Epilepsia é uma doença, que não necessariamente evolui com convulsões (apesar de ser a maioria, 70%). Convulsão é este sintoma que está descrito. Para quem precisa saber a diferença…

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Primeiros Socorros: 5. Conhecer o método de aplicar um torniquete, e quando usá-lo.

O torniquete é um meio de obstruir a passagem de sangue de um lugar do corpo para o outro. Geralmente feito em membros, consiste de um pano amarrado ao membro e apertado de tal maneira que impeça a passagem de sangue. Utilizado para conter hemorragias e picadas de cobra. Nós, desbravadores, não temos o costume de usar o torniquete NUNCA! Pois pode causar muitos problemas, como gangrena.

O único primeiro socorro disponível para picadas de cobra é lavar o local com água e sabão, manter a vítima calma e levar imediatamente para o hospital, de preferência o referência em picadas de cobra (aqui em Brasília é o HRAN).

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Vida Familiar: 1. Explicar os papéis do pai, irmã e irmão como aparecem na Bíblia e no Espírito de Profecia.

Mãe – Deve cuidar do lar e da família em geral.

Isso é na visão de Deus ou na visão dos homens machistas da época bíblica ou da época de Ellen White?

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Aracnídeos: 4. Apresentar três formas pelas quais as aranhas diferem dos insetos.

As aranhas tem 4 pares de patas, não tem antenas, não tem asas, possuem 6 a 8 olhos e têm o corpo dividido em 2 (cefalotórax e abdômen). Os insetos diferem por possuírem 3 pares de patas, 1 ou 2 pares de antenas, 1 a 2 pares de asas, 2 olhos (geralmente) e o corpo é dividido em 3 (cabeça, tórax e abdômen). (dois pares de antenas = crustáceos)

São insetos ou crustáceos, com 2 pares de antenas?

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Árvores (essa é legal!):

4. Mencionar dois exemplos de cada árvore citada e explicar:e. as primeiras pessoas a descobrirem e descrever cada uma das árvores.

1ª) Seringueira – usada para tirar látex e fazer borracha, crescem em ambiente tropical, na região da floresta amazônica, tem seiva leitosa e pequenas flores, os primeiros a encontram foram os bandeirantes.

2ª) Pinheiro – usadas como árvore de Natal e lenha, crescem em ambiente subtropical a frio, em todo o mundo. São coniforme e de madeira fibrosa. Não há relatos de quem encontrou o pinheiro.

Será que o autor da especialidade não estava se referindo ao cientista que fez a descrição científica delas??? Ou a idéia era só saber a origem “folclórica” mesmo?

5. Mencionar o nome comum e explicar a diferença entre duas grandes classes de árvores.

Algumas famílias de árvores são: simarubáceas (madeira amarela e casco aromático), moráceas (com seiva leitosa e pequenas flores), marantáceas (monocotiledônias perenes) e pináceas (coniformes, com madeira fibrosa e de grande valor econômico). Um exemplo de morácea é a seringueira e de pinácea é o pinheiro.

Quando é perguntado a diferença entre duas grandes classes de árvores, o que se deseja é a diferença entre angiospermas e gimnospermas. Além disso, as marantáceas não são consideradas árvores em nenhuma classificação, já que são monocotiledôneas e nenhuma monocotiledônea tem porte de árvore. E pra completar, apenas são apresentadas algumas características bem simples de cada família, que não são suficientes para diferenciá-las.

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Árvores – Avançado: 4. b. Qual a utilidade do primeiro e segundo nomes científicos?

O primeiro nome indica a família e o segundo a espécie da árvore, assim como nos animais.

Este matou as aulas de taxonomia. (1º = gênero, 2º = epíteto específico, 1º+2º = espécie)

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Astronomia: 4. O que é constelação? Dar o nome e apontar seis delas. Dar o nome de duas constelações visíveis durante o ano todo.

c) CONSTELAÇÕES AUSTRAIS – São visíveis apenas do hemisfério Sul, como as do Cruzeiro do Sul, Cão Maior, Centauro, Mosca e Órion.

Cão Maior e Órion são constelações equatoriais, que podem ser vistas nos dois hemisférios.

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Aves de estimação: 6. Quais são as leis de seu estado ou país com respeito à captura, criação e exportação de pássaros em gaiolas? Certifique-se que está agindo de acordo com a lei enquanto cumpre as exigências desta Especialidade.

Item Prático. As leis ambientais que envolvem as aves proíbem o comércio de aves nativas sem autorização do IBAMA, vetam a criação de aves silvestres ameaçadas de extinção (como a ararinha-azul e a ararajuba) e daquelas que não são autorizadas oficialmente. Pune com multas e reclusão os maus tratos, cativeiro, extermínio e tráfico de aves e auxilia nas campanhas de conservação e reintegração de aves à natureza.

Estas leis permitem a criação com autorização do IBAMA, mesmo de espécies ameaçadas de extinção.

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Cactos: 1. Citar as principais características de um cacto.

Famílias das Cactáceas. Formam um família singular de plantas suculentas, espinhosas ou pilosas. Podem assemelhar-se a ouriços, bastões espinhosos, minúsculas pás, vasos decorados. Muitos podem ser cultivados em casa. Habitam nas regiões áridas ou semi-áridas. Seus espinhos são folhas atrofiadas, e servem para que eles não percam água inexistente em seu interior.

Cactos é um tipo de vegetação que habita em locais com pouca disponibilidade de água, não necessariamente em regiões áridas e semi-áridas (são coisas bem diferentes). Não tem como perder o que não se tem, mas eles têm água sim!

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Cães: 2. Citar cinco características peculiares da família dos cães.

Todos os cães domésticos são: Amigos, Companheiros, Leais, Fiéis, adestráveis, têm excelente audição e olfato e infelizmente, vivem pouco (em relação ao homem). Os ariscos são decorrentes da má criação.

E quanto aos cães selvagens? O requisito se refere à família dos cães, e não apenas aos cães domésticos.

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Climatologia: 6. O que causa os raios e trovões? Quais os tipos diferentes de raios que existem?

Ocorrem por descargas elétricas entre a nuvem e a Terra. O raio é a parte luminosa e o trovão é o barulho decorrente da descarga elétrica. O raio vem sempre antes do trovão (porque a velocidade da luz é maior que a do som). O raio é o clarão que dá e corta o céu como uma espécie de risco amorfo no céu. O relâmpago é um tipo diferente de raio, é um clarão em todo o céu, rápido e vivo.

Mais uma vez uma informação inadequada e incompleta, raio é a descarga elétrica visível entre nuvem e solo, entre diferentes nuvens, dentro de uma única nuvem ou entre uma nuvem e o ar circunvizinho.

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Conservação ambiental: 3. O que significa o termo “morte” de um lago ou rio? Há algum lago ou rio em sua região ou cidade, que é classificado como “morto”?

É um rio onde não há mais vida, o teor de oxigênio é zero. Isso ocorre por fatores como: fábricas perto contaminando o ar e a água, empresas químicas descarregando na água, fazendas uso de inseticidas, etc. Na região paulistana, encontramos o rio Tietê, cortando toda a cidade. Ele é considerado um rio “morto”.

Um rio é considerado morto quando sua água se torna tão poluída que não pode mais suportar as formas de vida. Baixo teor de oxigênio é apenas uma das possíveis causas.

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Sementes: 8. Que condições são necessárias para uma semente brotar?

Ela pode germinar no escuro, se alimentando do cotilédone (alimento inicial da planta), mas não pode crescer sem o sol, fonte de fotossíntese, que promover as trocas necessárias para que ela cresça e vire uma planta normal.

As condições básicas variam de espécie para espécie, mas nenhuma planta germina sem que haja um mínimo de ÁGUA!

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Nota: Foram apenas 20 das 247 especialidades que temos no nosso Manual! Como visto, as respostas estão completamente fora do exigido, às vezes sendo exatamente o oposto. Sabemos que para alguns Clubes essa questão de instrução de especialidades e classes é um pouco complicada, um material com as respostas poderia ser útil para os instrutores, mas neste caso as complicações superam e muito as vantagens.

O que podemos fazer, como líderes de desbravadores, é NUNCA usarmos esse material como fonte de instrução, pois em apenas 20 delas já vimos que não são confiáveis. O objetivo de colocá-las aqui não é porque são apenas estes os erros, que se mudar esses requisitos o restante está correto, de jeito nenhum! Estes foram apenas alguns exemplos para comprovar para vocês que este material deveria ser excluído definitivamente da internet e nunca mais ser usado em Clube algum.

A melhor fonte de pesquisa continua sendo os bons livros e os sites confiáveis da internet (que inclusive é um assunto para um próximo post!), onde os instrutores e desbravadores desenvolverão suas faculdades intelectuais através do cumprimento correto do programa das especialidades.

Quaisquer sugestões sobre o tema, é só fazer um comentário abaixo, ou mandar um email para: allasouju@gmail.com.

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