Hoje temos outra novidade no nosso Cantinho. A partir de agora, temos um novo colaborador na nossa Equipe, o Dr. Jorjan Cruz! Como sua especialização em líder máster avançado foi em administração, ele nos ajudará principalmente com esses processos dentro do Clube. Clique AQUI para conhecer um pouco mais sobre ele e confira abaixo seu primeiro post!
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Atualmente, o foco da atenção da Administração em alto nível volta-se para a formulação de estratégias de adaptação. Falando em Clubes de Desbravadores, essas estratégias significam a análise de medidas positivas que devemos tomar para enfrentar ameaças e aproveitar oportunidades para garantir seu progresso. Os Clubes devem ser vistos como agentes de mudança, com o objetivo de gerar uma criança protegida, um jovem orientado e um adulto bem resoluto, com respeito próprio. Salvos do pecado e guiados no Serviço.
Com toda essa gama de atrativos voltada para a geração adolescente atual e a crescente insegurança familiar em relação ao ambiente no qual os filhos estão inseridos, cabe aos Clubes de Desbravadores ocupar esse espaço na sociedade, fornecendo alternativas saudáveis, cristãs e promissoras para a atual geração juvenil e adolescente. Agora, na medida em que as necessidades sociais crescem, também aumenta a responsabilidade social e jurídica. Nesse sentido, a atual visão administrativa dos Clubes, que é baseada no voluntariado desapegado e cuidado quase familiar, necessita de reavaliação. Não é o caso de tratar da profissionalização da administração dos Clubes, mas apenas da criação de moldes definidos, facilmente aplicáveis e reprodutíveis para o gerenciamento dos nossos Clubes.
O Planejamento Estratégico (PE) pode ser compreendido como o conjunto de processos de gerenciamento que permitem aos administradores estabelecerem os rumos a serem tomados ou seguidos, originados na sede local (no caso, Igreja local) ou tendo como origem a sede central (como, por exemplo, a Divisão Sul-Americana). Representa os moldes para tomar decisões frente às condições dos ambientes interno e externo, mas não de forma estática. Ele deve ser entendido como uma ferramenta dinâmica de gestão que contém decisões antecipadas sobre as linhas de atuação para o cumprimento da missão dos Clubes, tanto nos níveis social como espiritual. Deve ser elaborado com uma visão de futuro, mas fortemente alicerçado sobre os valores institucionais, como Igreja e como cristãos.
Entre os principais valores listados na elaboração de um planejamento estratégico, os conhecidos (e que podemos usar em nossa programação) são:
MISSÃO: seu conceito teórico é o de ser a declaração do propósito do Clube. É o que individualiza e distingue o Clube e a razão de ser da instituição frente a outras do mesmo nível. Define o que somos hoje, nosso propósito e como atuamos no dia a dia.
VISÃO: é a ideia de um futuro desejado pela instituição. Transmite a essência do Clube frente aos seus propósitos e como desejamos ser reconhecidos em um futuro determinado.
VALORES INSTITUCIONAIS: são as ideias fundamentais em torno das quais se constrói uma instituição. São nossas crenças fundamentais e convicções dominantes.
PERSPECTIVAS: são compostas por temas estratégicos que representam assuntos inter-relacionados como, por exemplo, função social, finanças, pessoas, etc.
Dentro de uma macro-avaliação do conceito fundamental dos Clubes de Desbravadores, acredito que pouquíssimas instituições tenham trazido de berço, desde seu nascimento, esses marcos do planejamento estratégico tão bem desenhados. Uma simples leitura dos ideais do Desbravadorismo, sob a óptica dos processos gerenciais, nos leva a uma série de associações lógicas entre os valores do planejamento estratégico e os valores que seguimos como instituição.
Uma das correntes mais amplamente utilizadas para a disseminação dos conceitos de Planejamento Estratégico é a do Modelo de Estratégia Competitiva e Avaliação de Desempenho, também conhecido como modelo de Porter. É amplamente aplicado pela sua facilidade em trazer para a realidade conceitos necessários para a fundamentação teórica de cada unidade e sua posterior inserção em um modelo previamente desenhado por uma matriz ou sede administrativa.
Baseia-se nas seguintes questões:
- O que estamos fazendo no momento?
- Identificar a estratégia usada atualmente, seja implícita ou explícita: o que nós, como Clube, estamos fazendo para prendar a atenção de nossos jovens, adolescentes e juvenis? Como nosso programa (classes, especialidades, cantinho da unidade, classe bíblica, ordem) atrai aos membros? Nossa vocação espiritual está mantida?
- Identificar o que supomos estar fazendo (suposições implícitas): será que nosso programa ainda encontra eco nas necessidades atuais do nosso público alvo? Estamos aplicando o programa de maneira adequada?
- O que está acontecendo no ambiente?
- Análise do setor: em relação ao universo de todos os atrativos disponíveis para a faixa etária com que trabalhamos, como nos enquadramos? Com que outras estruturas ou instituições nosso público alvo divide a sua atenção?
- Análise da sociedade: em que contexto social nos enquadramos? Em qual estratificação social (a que classe social meu Clube pertence)? Devemos alterar perspectivas ou estratégias baseadas nas condições sociais do nosso grupo?
- Pontos fortes e pontos fracos: essa análise é de fundamental importância. Qual nossa vantagem, que nos diferencia frente às demais instituições? Em que aspecto não podemos competir com as demais? Essa análise pode ser a mais complicada, pois normalmente ela é parcial e tenta encobrir possíveis inconsistências e fragilidades, além de supervalorizar fontes de força limitada, que são muitas vezes insuficientes para alavancar estratégias que nos nortearão.
- O que deveríamos estar fazendo? Baseados nas respostas anteriores, começaríamos a desenvolver estratégias para a melhora de resultados, alternativas com estratégias voltadas para as faixas etárias que nos propormos a atingir (grupos etários de Desbravadores, de Conselheiros e de Adultos) e a identificação de possíveis vantagens competitivas que teremos ao serem executadas as estratégias desenhadas.
É possível a criação de um sistema de gestão de Clubes que oriente a organização de um painel de informações para que cada diretor consiga, a partir de um molde inicial originado da sede principal (DSA), personalizar seu Planejamento Estratégico de maneira individualizada e, o que é mais importante, sequencial. Um dos grandes problemas dos Clubes é que o gerenciamento muitas vezes ocorre seguindo as características do diretor da gestão atual. Isso torna-se um problema quando, por qualquer motivo, é necessária uma substituição do ocupante do cargo no meio das atividades. Muitas vezes, o gerenciamento que não segue um planejamento definido e sequencial fragiliza a estrutura administrativa de um Campo todo.
A macro-visão administrativa do departamental ou do regional poderá antever uma série de dificuldades locais baseada num molde de informações padrão provenientes da sede e que cuja sequência poderá ser seguida por qualquer diretoria que assuma. As reavaliações, uma vez que o Planejamento Estratégico é uma ferramenta dinâmica, também poderão seguir um padrão de orientação às diretorias. Um modelo informatizado de ampla distribuição, para o acompanhamento dos processos gerenciais, seria o agente capaz de modificar a organização das diretorias, equalizando os trabalhos e orientando uma sequencia de atividades e execução dos planejamentos, a despeito de quem ocupasse os cargos. Muitas Uniões já estão aplicando em seus campos modelos de secretaria informatizada, o que representa um embrião dessa ideia.
Ofertar aos Clubes ferramentas que possibilitem estratégias de planejamento e facilidades de execução dos mesmos é a grande arma organizacional para uniformizar as forças de trabalho e fortalecer vínculos entre os Clubes espalhados ao longo do território da nossa Divisão.