O LIVRO MISTERIOSO
Por Paulo Oliveira
Cena 01: Sala de Aula
NARRADOR: Era uma manhã fria de inverno, a temperatura deveria estar em torno de 5º, Cristina chega à sala um pouco antes dos alunos, ela quer revisar algumas provas antes dos seus alunos chegarem para a aula. Ela dá mais uma volta em seu cachecol, e se agasalha mais um pouco, pois realmente esta é uma manhã bastante fria.
Alunos começam a entrar para a aula, todos agasalhados por causa do frio, tocas, gorros e casacos.
CRISTINA (Professora): Bom dia Classe, esta manhã está realmente muito fria, é um excelente dia para estudarmos matemática.
Classe dá uma risada e alguém fala…
ALUNO: Professora, para a senhora é sempre um bom dia para estudar matemática, faça chuva ou faça sol. Nós é que não podemos dizer o mesmo.
Classe mais uma vez cai na risada
CRISTINA: Realmente eu amo a matemática, mas vocês também irão aprender a amá-la. Mas bem, vamos começar resolvendo alguns exercícios da aula passada, abram seus livros na pagina 78 para verem os exemplos, vocês devem me entregar esta atividade no final desta aula. Na próxima aula faremos a correção no quadro.
Enquanto a professora falava, ela é interrompida pela diretora Julieta, que chega à sala trazendo um novo aluno.
JULIETA:Com licença professora, bom dia classe, quero apresentar a vocês o Eduardo, ele é um novo aluno que está chegando por transferência, quero que vocês o recebam muito bem.
CRISTINA: Bem-vindo Eduardo, de onde você está vindo?
EDUARDO: Venho de Nova Andradina, no Mato Grosso do Sul, meu pai veio de transferência de trabalho para cá.
CRISTINA: Muito bem, mais uma vez seja bem-vindo Eduardo, e pode se assentar naquela carteira vaga, estamos fazendo alguns exercícios e já passo na sua carteira para explicar.
JULIETA: Professora, muito obrigado. Classe, tenha um bom dia e bons estudos.
Eduardo se assenta na carteira próximo a Joaquim e pega o livro de matemática. A professora vai até sua carteira, entrega o exercício e conversa com ele e então o deixa fazer os exercícios. Toda a classe começa a fazer as atividades e Cristina caminha entre as carteiras.
NARRADOR: Havia um ar de ministério em Eduardo que todos repararam logo que ele chegou. Ele era um garoto que estava bem vestido, vestia um casaco com um cachecol e um gorro e usava óculos que o deixava com um jeito meio intelectual, mas não era isso que deixava aquele ar de mistério, alguma coisa mais deixou todos curiosos. A professora, que continua a observar seus alunos caminhando entre as fileiras, percebe que Joaquim que está sentado na ultima carteira, parece estar com bastante frio, ela observa que ele usa um casaco surrado e fino, inclusive com alguns remendos.
CRISTINA: Está tudo bem? Você parece que está com frio?
JOAQUIM: Não se preocupe, professora, está tudo bem. Eu já estou acostumado.
CRISTINA: E os exercícios, como vão?
JOAQUIM: Estou com algumas dificuldades, não consigo me dar bem com esta tal de matemática.
CRISTINA: Tenha paciência, Joaquim, e persista sempre, não desista. Quando formos corrigir os exercícios você aproveita para tirar as duvidas que ficarem.
JOAQUIM: Tudo bem, professora.
Narrador: Cristina deixa aquela cena bem preocupada, o que ela poderia fazer por seu aluno? O que Cristina não sabia é que um outro personagem também observara aquela cena.
CRISTINA: Bem turma, vocês estão liberados para o intervalo e na próxima aula continuamos com esta atividade.
Todos deixam a sala, inclusive a professora e Joaquim fica na sala. Depois que todos saem ele pega alguns jornais e enrola em seu corpo por baixo do casaco para tentar aplacar o frio.
NARRADOR: O frio que Joaquim sentia era muito grande, atrelado a uma dor no estomago, porque esta manhã não tinha comido nada, ele ainda tinha dificuldades grandes em matemática e com todo o frio e fome que sentia, não tinha conseguido fazer nenhuma questão durante a aula.
Joaquim então deixa a sala.
Fim do 1º Ato.
Cena 02: Intervalo/Biblioteca
PATRÍCIA: Aninha, você notou que diferente este novo aluno?
ANINHA: Eu notei que ele é muito bonito, inclusive se veste muito bem!
PATRÍCIA: Mas não falo disso, agora há pouco passei por ele, e sabe o que ele comia de lanche?
ANINHA: Não, o quê? Já sei! Era um cachorro quente com bastante molho ou um pedação de pizza bem quentinha para aplacar o frio. Eu amo pizza.
PATRÍCIA: Não Ana, e pare de pensar em comida. Ele comia uma Maça e uma Laranja.
ANINHA: Uma maça e uma laranja? Que raio de lanche é esse?
PATRÍCIA: Eu não te falei que ele é estranho. Notei que ele acabou de ir à biblioteca, vamos lá dar uma olhada?
As duas meninas saem de cena e Eduardo chega e senta no sofá da biblioteca e começa a ler um livro. As duas meninas voltam e conversam
ANA: Patrícia, olhe ele ali sentado.
PATRICIA: É mesmo, está lendo alguma coisa, consegue ver o que é?
ANA: Não sei o que ele está lendo, vamos chegar mais perto para olhar melhor.
As duas meninas chegam mais perto e se sentam no sofá ao lado de Eduardo.
EDUARDO: Olá, vocês são da minha sala, não é mesmo?
PATRICIA: Somos sim, você veio do Mato Grosso, não é?
EDUARDO: Isso mesmo, meu pai veio transferido para esta cidade.
ANA: Que legal, mas desculpe a curiosidade, o que você está lendo? É que eu nunca vi este livro por aqui.
EDUARDO: É um livro que eu trouxe de casa, chama-se O Desejado de Todas as Nações.
PATRÍCIA: O Desejado de Todas as Nações? Que titulo interessante.
ANA: Já sei, é um livro de romance, onde o galã é desejado por todas as mulheres.
EDUARDO: Nada disso, na realidade o livro conta uma história onde o personagem principal é rejeitado muitas vezes pela maioria.
PATRÍCIA: Rejeitado pela maioria? Mas o livro não se chama o desejado de todas as nações?
ANA: Já entendi tudo, é um livro de suspense, onde retrata os opostos de uma sociedade, onde a rejeição é eminente e o personagem tem de lutar para quebrar paradigmas e conquistar seu lugar de respeito.
EDUARDO: Éehh… não deixa de ter muitos momentos onde o personagem principal quebra uma infinidade de paradigmas, mas não é bem este o foco do livro.
PATRÍCIA: Nossa, você está me deixando curiosa.
Neste momento toca a sirene de retorno à sala de aula.
EDUARDO: Agora não temos mais tempo, mas vamos combinar de amanhã eu contar para você um pouco sobre o que fala este livro.
ANA: Tudo bem, só espero que minha curiosidade aguente até amanhã.
NARRADOR: Aqueles breves momentos de conversa haviam deixado as duas garotas muito curiosas sobre que história continha naquele livro, de fato o titulo era muito interessante: “O Desejado de Todas as Nações”. Realmente este era um titulo no mínimo intrigante.
Fim do 2º Ato.
Cena 03: Sala de aula
NARRADOR: E começa mais um dia na escola, os alunos chegam para mais um dia de aula. Patrícia e Ana não veem a hora de irem para o intervalo e voltarem a conversar com Eduardo.
Os alunos vão entrando para a sala pra mais uma aula, mas Joaquim ao entrar percebe que tem um pacote sobre a sua mesa, endereçado à ele.
JOAQUIM: Nossa, que pacote será esse? “Para Joaquim, de um amigo”. Que estranho!
O garoto abre o pacote, e então percebe que é uma blusa de frio, faz uma cara de felicidade veste rapidamente o casaco e fica pensando em quem fez esta tão boa ação. Todos se sentam em seus lugares e a professora chega.
CRISTINA: Bom dia turma, abram seus livros na pagina 78 que faremos as correções dos exercícios da aula passada. Sentem-se em dupla com um colega para poderem um ajudar o outro.
Todos formam duplas, então Eduardo se aproxima de Joaquim.
EDUARDO: Olá, Joaquim, é seu nome não é mesmo?
JOAQUIM: Isso mesmo.
EDUARDO: Posso me sentar com você para fazer esta atividade?
JOAQUIM: Pode sim.
NARRADOR: Joaquim fica preocupado, porque geralmente ninguém queria fazer dupla com ele, porque ele tinha muita dificuldade em matemática, ele estava apavorado por ter Eduardo junto com ele, medo de Eduardo perceber que ele não havia feito nenhum exercício ainda.
CRISTINA: Bem turma, podemos ver no exercício número 1 que para resolver esta questão vocês vão precisar fazer uso da tabela que está na página anterior.
A professora então começa a escrever alguns números no quadro.
EDUARDO: Nossa Joaquim, você percebeu que nesta questão o segredo da interpretação está justamente em pegar o valor de “X” elevado à terceira potência e fazer o jogo de sinais aqui neste ponto?
JOAQUIM: É mesmo, olha só como estava simples essa questão.
NARRADOR: Então Eduardo e Joaquim fazem todos os exercícios juntos e Joaquim entende a matéria que durante dias havia lutado contra e achava que nunca iria entender. Joaquim estava muito feliz com a ajuda de Eduardo.
EDUARDO: Foi muito bom fazer dupla com você, você me ajudou muito. Não sei se teria conseguido sem você.
NARRADOR: Agora que Joaquim ficou confuso, como assim ele havia ajudado, ele não tinha feito nada.
EDUARDO: Temos de ficar sempre juntos nestas aulas.
JOAQUIM: Tudo bem, mas eu que te agradeço pela ajuda.
EDUARDO: Que é isso Joaquim? Você me ajudou muito mais. Agora no intervalo eu irei mostrar um livro que estou lendo para a Patrícia e Ana, você não quer ir junto conosco para a biblioteca?
JOAQUIM: Que livro é esse?
EDUARDO: Chama-se O Desejado de Todas as Nações.
JOAQUIM: Nossa, que título interessante! Vamos sim, até eu fiquei curioso para saber o que o livro diz.
Toca-se o sino e todos saem. Os quatro (Ana, Patrícia, Joaquim e Eduardo) dirigem-se para a Biblioteca.
Cena 04: Biblioteca
Os quatros jovens entram na biblioteca e sentam-se no sofá.
EDUARDO: Bem, vamos falar do livro! Este livro conta a história de um personagem que assim que ele nasceu, o rei da cidade ficou muito bravo com a notícia de que uma criança que havia nascido por aqueles dias seria o novo rei. Só que o rei não sabia ao certo quem era a criança, então o rei fez um decreto mandando matar todas as crianças até dois anos de idade, justamente para assegurar que este futuro rei não tivesse chance de sobreviver.
ANA: Nossa, que crueldade, como é terrível este rei. Coitadinha das crianças.
EDUARDO: Realmente Ana, este rei era muito cruel, então os pais do menino fugiram para o Egito para protegerem a criança e ali ficaram até que este cruel rei morreu. Assim que eles receberam a notícia da morte do rei, eles voltaram para sua cidade para poderem criar seu filho.
PATRÍCIA: Então, Eduardo, o que aconteceu? O garoto voltou e tornou-se se rei?
EDUARDO: Nada disso, ele foi trabalhar com seu pai como carpinteiro e sua mãe o ensinava em casa. Então o menino crescia e se fortalecia em Espírito, cheio de sabedoria e graça.
NARRADOR: Eduardo, dia após dia, foi apresentando um pouco mais das maravilhas deste livro, e as verdades sobre este personagem. Passadas algumas semanas de estudos…
ANA: Eduardo, nossa que história linda essa, estou cada dia mais maravilhada com este personagem, me dá até vontade de conhecer ele de verdade.
PATRÍCIA: Eu digo a mesma coisa, eu queria fazer parte destas multidões que o seguiam. Nestas últimas semanas só penso nesse livro.
JOAQUIM: Mas Eduardo, até hoje você não nos disse qual o nome deste personagem, já se passaram semanas e você nada. Hoje você vai nos contar?
PATRÍCIA: Eu também estou muito curiosa, diga logo.
ANA: Não adianta mais enrolar. Vamos fale!
EDUARDO: Bem, este personagem, após todos grandes feitos que já contei, como curar doentes, multiplicar alimentos, ressuscitar mortos, muitas pessoas o seguiam. Mas dentre esta multidão existia um grupo de 12 seguidores que eram os seus amigos mais próximos. Quando a grande multidão se dissipava, estes 12 sempre estavam com eles. Presenciavam todos os seus grandes feitos e ainda podiam aprender tudo mais de perto diretamente com o mestre. Mas apesar de amado por muitos, existiam muitos que o odiavam e queriam que ele morresse o quanto antes. Então fizeram um plano juntamente com um de seus amigos mais íntimos, um dos 12 seguidores, para o levarem a julgamento e à morte.
ANA: Um plano feito com a ajuda de um de seus melhores amigos? Nossa, que traição!
EDUARDO: Isso mesmo, um traidor. E sabe como ele entregou nosso personagem ao grupo de revoltados?
PATRÍCIA: Como?
EDUARDO: Com um beijo no rosto. Conhecido como o beijo da traição. Os líderes da cidade não sabiam muito bem quem ele era, então, através deste beijo, identificaram o nosso protagonista e o levaram a julgamento. Multidões vieram presenciar o julgamento. Ele foi chicoteado, humilhado e chamado de impostor e o acusavam de não ser um rei. Mas mesmo sofrendo tudo isso Ele continuou manso e tranquilo, como uma ovelha levada ao matadouro.
JOAQUIM: Nossa, quanta coragem!
EDUARDO: Não só coragem Joaquim, muito amor. Aquele homem amava muito todas aquelas pessoas e estava disposto a morrer por elas. E Ele então foi condenado e o crucificaram.
PATRÍCIA: Como assim crucificaram?
EDUARDO: Ele foi colocado em uma cruz com pregos nas mãos e nos pés.
ANA: Acho que eu já ouvi uma história sobre um homem crucificado, não é…
JOAQUIM: Sim, Jesus! Jesus foi crucificado.
EDUARDO: Muito bem, o nosso personagem é Jesus.
PATRÍCIA: Nossa Eduardo! Mas eu nunca tinha ouvido todos estes detalhes da vida de Jesus!
ANA: Eu também, só descobrir porque você falou de morte na cruz.
EDUARDO: E sabem o que mais? Ele morreu por cada um de nós, Ele morreu pelos meus erros, pelos seus erros e pelos erros de toda a humanidade. Mas o mais importante nesta história é que Jesus ressuscitou e está hoje no céu, disposto a nos ajudar todos os dias.
JOAQUIM: Nossa Eduardo, como você sabe todas estas coisas?
EDUARDO: Eu aprendi desde pequeno, meu pai é pastor, por isso mudamos para essa cidade, ele veio ser pastor de uma Igreja aqui.
PATRÍCIA: Pastor! Nunca conheci um pastor ou um filho de pastor antes. Que diferente.
EDUARDO: Somos pessoas normais. Nada de diferente (rsrs).
JOAQUIM: Você é diferente sim, eu até já sei agora quem me deu esse casaco, foi você, não foi?
EDUARDO: Eu percebi que você estava com muito frio naquele primeiro dia. Só quis ajudar.
JOAQUIM: E ajudou muito, agora eu posso agradecer pessoalmente. Muito obrigado!
EDUARDO: Isso não foi nada.
ANA: Eduardo, eu gostei muito dessa história, quero ouvir mais sobre Jesus!
PATRÍCIA: Eu também!
JOAQUIM: Eu com certeza!
EDUARDO: Combinado, podemos nos encontrar sempre na hora do intervalo para conversarmos.
PATRÍCIA, JOAQUIM E ANA: Feito. Combinado.
Toca o sinal para voltarem para aula. Eles levantam e vão embora
NARRADOR: através do exemplo e de sua história, Eduardo conseguiu mostrar o personagem que muitas vezes deixamos escondido, mas é o mais desejado entre todas as nações: Jesus Cristo. O qual é o responsável pela nossa oportunidade de salvação. Aqueles três novos amigos de Eduardo estavam descobrindo justamente isso, que Jesus é nosso Salvador.
FIM