O Clube de Desbravadores trabalha com a faixa etária mais complexa da vida humana: a adolescência. É certo que os adolescentes e pré-adolescentes são muito mal compreendidos, o que pode gerar grandes transtornos para a sua vida futura. Assim, é necessário que os líderes sejam capacitados de forma a compreenderem bem o que ocorre com eles, nos aspectos físicos, intelectuais, emocionais, espirituais e sociais.
Como não é uma tarefa fácil, a Equipe Cantinho da Unidade agora conta com uma nova seção: Compreendendo o desbravador. A psicóloga Samira Oliveira trará, mensalmente, artigos e orientações aos líderes a respeito dos principais temas envolvidos na vida dos juvenis e adolescentes, de forma a estamos cada dia mais capacitados a liderá-los.
Conheça o perfil da Samira, visite a nossa página Equipe Cantinho da Unidade.
Abaixo segue o material inaugural da seção, aproveitem!
Um dos conflitos mais comuns da adolescência é a promiscuidade e o sexo pré-nupcial. A cada dia que passa a idade de inicialização da prática sexual diminui. No Brasil estima-se que a idade em que os meninos iniciam sua vida sexual é de aproximadamente 14 anos e para as meninas seria aos 15.
Existem alguns componentes interessantes que tentam explicar porque os adolescentes estão cada vez mais expostos a esse conflito, alguns deles são:
- Curiosidade: entrar na adolescência pode ser comparado a trocar um Fusca por uma Ferrari e ser proibido de passar dos 80 km por hora. O corpo do adolescente vai sendo hormonalmente preparado para o sexo. Ele fica curioso para saber se o sexo é algo tão bom como todos dizem.
- Estimulo do meio: ao sair de casa para ir à escola, passear, comprar pão na esquina e etc. o jovem se vê exposto a milhares de estímulos sexuais. O sexo vende de tudo, de refrigerante até desodorante. Outdoors, músicas, filmes… Tudo leva o adolescente a se deparar com esses estímulos.
- A mídia: o que esse meio vende é que o sexo é praticado por todos sem culpa, sem compromisso e pelo puro prazer. Os programas televisivos criados para essa faixa etária não abordam efetivamente a gravidez indesejada, as doenças sexualmente transmissíveis e muito menos os problemas relacionados ao sentimento de culpa, depressão, etc. gerados pela atividade sexual ilícita.
- Pressão do Grupo: com muita frequência meninas são “chantageadas” a terem relações sexuais com a desculpa de que isso seria uma prova de amor. Por outro lado, os meninos são ridicularizados pelos colegas por serem virgens. A sociedade de forma geral também exerce influencia nesse aspecto, ao incentivarem a idéia de que sexo é “moderno” e que as experiências sexuais são sinais de comportamento maduro.
- Carência sentimental: ainda que predomine mais no sexo feminino, também aparece como causa de sexualidade precoce em meninos. É comum que adolescentes façam sexo para compensar a falta de afeto dos pais. A grande maioria das garotas acredita que o sexo é uma demonstração de afeto, de intimidade e de amor. Acabam acreditando, de forma equivocada, que a cumplicidade, a abertura e o amor são alcançados na relação sexual.
A pergunta é: como podemos ajudar esses jovens a compreenderem o verdadeiro valor e propósito da sexualidade?
A primeira grande dica é que é necessário refazer nos nossos jovens a ideia de esperar. É preciso que fique claro que quando duas pessoas fazem sexo e não vivem juntos (casados), o sexo se torna mais importante que qualquer outra coisa. Os encontros se tornam em uma busca de prazer sexual e a paixão domina a razão. Quando o sexo é feito dentro do casamento, da maneira como Deus planejou, o casal pode valer-se do amor para conhecer-se melhor.
Muitas investigações apontam que o sexo pré-nupcial cria “carência afetiva”. Essa carência provoca consequências duradouras, tais como ciúme, sentimento de culpa, medo, ansiedade, insegurança, raiva, depressão e futuramente pode gerar sentimento de desconfiança no casamento.
Outra dica importante para os pais e líderes espirituais é trabalhar a ideia de como o sexo pré- nupcial afeta a espiritualidade. É inegável que a alegria de se relacionar com Deus diminui, quando o adolescente ou o jovem começam a fazer o que não é bom para si. Um jovem cristão, comprometido com Deus, perceberá que seu relacionamento com Ele está carregado de culpa e vergonha.
Precisamos incentivar a comunhão com Deus, valorizar e difundir a ideia de um namoro cristão; falar sobre os verdadeiros riscos da sexualidade sem compromisso e sem os devidos cuidados; oferecer palestras em nossos Clubes de Desbravadores e Igrejas sobre a sexualidade humana e o plano de Deus para seus filhos no que diz respeito a essa temática. Não podemos fugir do assunto e temos que estar sempre prontos para as perguntas e questionamentos que sejam realizados pelos adolescentes.
É nosso dever fazer com que eles reflitam sobre o comportamento sexual e se mantenham puros a fim de desfrutarem das bênçãos oferecidas por Deus para o matrimônio.
Espero que não percamos a motivação de realizar essa tarefa, porque senão fiquem seguros de que o mundo continuará lhes ensinando de maneira deturpada!