“Ensina a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”.
Provérbios 22:6
Ao estudarmos a Bíblia e o Espírito de Profecia vemos quão grande responsabilidade repousa em nossos ombros ao assumirmos a liderança em um Clube de Desbravadores. Deus nos confiou mentes em formação para que os ensinemos “no caminho em que devem andar”! Ao mesmo tempo que é grandioso, é terrível! Se Jesus voltasse hoje, como seria a prestação de contas de nossa parte?!
No Manual Jovem: liderança, da Divisão Sul-Americana, encontrei um texto antigo do pastor Erton, mas atual e completamente relevante para a realidade que estamos vivendo. É uma lição poderosa e um chamado ao reavivamento de todos os líderes de desbravadores!
Medite nas palavras abaixo e peça orientação e sabedoria de Deus para que você consiga colocar de lado tudo o que te afasta de alcançar a nobreza desses ideais!
Tenho me preocupado cada vez que leio esse texto áureo de Ellen White sobre o Ministério Jovem: “Com tal exército de obreiros como o que poderia fornecer a nossa juventude devidamente preparada, quão depressa a mensagem de um Salvador crucificado, ressuscitado e prestes a vir poderia ser levada ao mundo todo!” Educação, p. 271.
Algumas questões têm vindo à minha mente:
Estamos trabalhando com os jovens como um exército, todos olhando para o mesmo alvo e atirando na mesma direção, ou estamos isolados, cada um travando sua própria batalha, com pequenos e, muitas vezes, fracos exércitos?
Nossa juventude e nossos líderes estão devidamente preparados para realizar aquilo que a Igreja e Deus esperam deles? Eles têm uma visão clara do papel do Ministério Jovem, de onde estão, onde precisam chegar, e como farão para ir até lá? Temos usado a força do departamento para preparar devidamente nossos jovens, que são a linha de frente, ou estamos preocupados com eventos, festas, recreação, envolvendo as massas? Estamos preocupados em preparar devidamente nossos jovens para o testemunho e o evangelismo? Nós mesmos temos buscador estar, devidamente preparados, estudando o propósito do Ministério Jovem, buscando outras leituras e materiais que nos deem amparo técnico para o trabalho? Estamos devidamente preparados espiritualmente, de modo que possamos dar aquilo que estamos recebendo?
O testemunho e o evangelismo têm sido o foco de nosso trabalho? Estamos criando estratégias, produzindo materiais, realizando encontros de capacitação e motivando nosso grupo para que a mensagem seja levada depressa? Estamos preocupados em agradar ou envolver nossos jovens? Estamos investindo a maioria de nosso tempo, recursos e materiais em nossa estrutura ou em nossa missão? Nossos eventos têm sido feitos para entreter e ocupar nossos jovens, ou para motivá-los à conquista de seus amigos?
É possível que você fique preocupado com tantas perguntas, afinal temos trabalhado tanto para ver o Ministério Jovem ocupar o seu espaço.
Tenho chegado, porém, a uma conclusão: precisamos ir além do óbvio, além de onde já estamos. Precisamos fortalecer nossos ideais, resgatar o objetivo inicial e geral dado por Deus, por Ellen White e pela Igreja. Razão pela qual foi organizado o Ministério Jovem.
Se você analisar nosso primeiro nome – MV, Missionários Voluntários; nosso lema – o amor de Cristo me motiva; nosso alvo – a mensagem do advento a todo o mundo em minha geração, vai ver que todos são resumidos por nosso propósito: salvar do pecado e guiar no serviço. Resumindo ainda mais, ficam duas palavras-chave: SALVAÇÃO E SERVIÇO. Aqui está o foco de nosso trabalho. Aqui está a base de tudo o que fazemos .Temos que resgatar essa visão completa. Temos que perguntar, em cada material que publicamos, em cada projeto que desenvolvemos, em cada evento que realizamos: como isso vai levar meus jovens à salvação e ao serviço?
Se você já está no Ministério Jovem há algum tempo notou que não estou apresentando nenhuma novidade. É verdade! O que precisamos é fortalecer esses ideais por completo. Alguns estão trabalhando muito, e bem, mas em uma direção só. Estão preocupados em fazer o melhor por seus jovens. Oferecem bons programas, bons materiais, boas ideias para que os jovens amem a Igreja. Trabalham bem a oferta da salvação. Mas são muito tímidos, genéricos ou superficiais quando o assunto é evangelismo, ou serviço. Outros querem ter os jovens apenas no trabalho. Estão constantemente criando projetos e desafiando a cada um para a conquista de almas, mas não se preocupam em atender suas necessidades pessoais e espirituais. É preciso fortalecer de maneira clara, equilibrada e até ousada o Ministério Jovem. Precisamos levar nossos jovens à SALVAÇÃO, mas também ao SERVIÇO. Precisamos firmar nossos jovens na salvação para o serviço.
A grande maioria dos problemas que enfrentamos hoje com os jovens seria muito enfraquecida se fôssemos mais claramente agressivos nestas duas áreas. Se atacássemos mais a raiz e menos os galhos. Música, sexo, drogas, apostasia e outras desafios são os galhos que demonstram problemas com a raiz. Vamos atacar a raiz, que é a vida espiritual. Se trabalharmos pelo fortalecimento espiritual de nossos jovens, levando-os ao testemunho e ao evangelismo, o efeito destes problemas será muito menor. Se houver interesse na vida com Deus e envolvimento em falar dEle a outros, haverá um compromisso maior com a Igreja e uma atração menor com aquilo que é de fora. Vamos continuar ajudando os jovens em suas necessidades específicas, mas o foco deve estar voltado para a SALVAÇÃO e SERVIÇO, ou SALVAÇÃO para o SERVIÇO.
Acredito que precisamos avançar a passos largos e rápidos no sentido de envolver nossos jovens com a missão e o programa da Igreja. Nossos jovens querem ser desafiados, querem grandes desafios, mas eles precisam sentir, antes disso, que nós já aceitamos o mesmo desafio.
Não precisamos criar outras formas de evangelismo, além daquelas que a Igreja já tem. Precisamos sim apresentar o programa da Igreja, com a cara do jovem. Vamos falar a mesma língua do evangelismo da Igreja, afinal, o jovem é parte dela. Na grande maioria dos eventos de qualquer departamento da Igreja, o grupo predominante é o de jovens, especialmente nos programas missionários. Por isso, precisamos nos integrar, para que eles tenham os mesmos desafios, apenas com uma roupagem diferenciada.
Quero lhe desafiar, líder de jovens [desbravadores], a falarmos a mesma língua. A fortalecermos, como uma equipe, nossos ideais. A restaurarmos a SALVAÇÃO e o SERVIÇO em nossos eventos, projetos e materiais. A organizar um exército unido, como o mesmo discuso e a mesma visão para, então, abalar a Igreja e a sociedade. Um exército devidamente preparado para levar depressa a mensagem de um Salvador crucificado a todo o mundo.
Pastor Erton Köhler
Presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia
Divisão Sul-Americana
Líder do Ministério Jovem 2002-2007