Andando a segunda milha

Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas.” Mateus 5:41

No último mês estávamos com alguns problemas na direção de um Clube de Desbravadores aqui na nossa região. Então, marcamos uma reunião para que pudéssemos conversar e tentar resolver o problema. A reunião foi marcada para o último domingo, dia 1º, logo após a reunião.

Desde que começamos a enfrentar o problema, pedi ajuda a Deus para que nos conduzisse e para que conseguíssemos resolver o impasse. Afinal, os nossos garotos não podem ser prejudicados pela falta de compromisso da diretoria.

Antes de sair de casa, na minha devoção pessoal, Deus me mostrou as palavras que eu deveria dirigir a eles, para iniciar a conversa. A meditação “andando a segunda milha” era exatamente o que estávamos precisando. Coincidência? Acho que não! Confira abaixo:

Não gostamos de fazer as coisas por obrigação. Dá a impressão de que estamos nos submetendo a um pedido despropositado e sendo inferiorizados. Esperneamos, argumentamos, reclamamos, mas não adianta. Obrigação significa ausência de diálogo. Não há opção. Não opine! Não discuta! Não há escolha.

Acredito que, fora do momento de combate, em nenhum outro momento o soldado romano era mais odiado do que quando recrutava um civil para carregar suas armas e equipamento. Mas Jesus não limitou a questão ao soldado romano: “Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas.”

Uma das características do verdadeiro cristianismo é produzir homens e mulheres da segunda milha. E o importante é como caminhar a segunda milha. Tenho que andar nela com alegria, com entusiasmo, sem ressentimento e sem reclamação.

Na primeira milha, você vai se encontrar com gente que chega na hora e sai na hora. Na segunda, vai se encontrar com quem chega antes e sai depois.

Na primeira milha, você vai ver pessoas que fazem até 95% do trabalho. Na segunda, pessoas que vão dos 95% aos 100%. Na primeira milha, você vai se encontrar com gente que inventa qualquer motivo para se ausentar do trabalho. Na segunda, vai se unir a gente disposta a dar mais energia do que se espera e até a se sacrificar.

A primeira milha está sempre cheia, congestionada. Os que viajam nela são os que perguntam: “Como é que eu posso fazer o mínimo e, mesmo assim, sobreviver no emprego?”

Somos chamados a andar a segunda milha mesmo quando a mesa está abarrotada de trabalho e as pessoas chegam fora de hora. Quando vem um pedido no fim do expediente e você está com acúmulo de trabalho. Quando passam para você uma carga extra de trabalho de outra pessoa que é “folgada” e preguiçosa. Você anda a segunda milha quando faz mais do que estão lhe pedindo. Até mesmo quando lhe pedem que faça uma coisa de que você não gosta, ou que seja desinteressante para você.

Em todos os postos de trabalho, em todas as posições, precisamos hoje de gente da segunda milha. Se a lei do menor esforço prevaleceu durante algum tempo, você deve estar atento porque, mesmo sem se falar de “segunda milha”, valoriza-se a tenacidade e a dedicação no trabalho.

Será que você pode honestamente dizer que é uma pessoa da segunda milha?

O Clube de Desbravadores é um ministério maravilhoso, mas para que alcancemos o nosso objetivo, precisamos de líderes da segunda milha. Parafraseando: na primeira milha você encontra líderes que [talvez] cheguem na hora e saem na hora. Na segunda milha, você tem líderes que chegam antes e saem depois de todos os desbravadores irem embora e você organizar o local de reuniões.

Na primeira milha você tem líderes que mal iniciaram a classe de líder ou classes agrupadas. Na segunda milha, você tem líderes que estão se preparando para serem investidos no próximo Campori. Na primeira, você encontra líderes que fazem o possível para não visitar os desbravadores, ou deixam para preparar a instrução no sábado à noite. Na segunda, você cumpre com todas as suas obrigações e ainda ajuda as unidades/classes que estão precisando.

Na primeira milha encontramos líderes que pensam: ah, não preciso fazer esse cartão, mas como preciso ser líder, qual o mínimo que preciso fazer para ser investido? Na segunda, líderes que pensam: estou terminando os meus trabalhos, como posso ajudá-lo?

O Clube de Desbravadores carece desse tipo de líder e, com isso, nossos desbravadores estão carecendo também. Reflitam na última frase do pr. José Maria Barbosa [um dos maiores líderes de desbravadores que conhecemos!]: Será que você pode honestamente dizer que é uma pessoa [um líder] da segunda milha? 

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