Estamos começando as atividades do ano. A maior parte dos clubes já fez reunião com a diretoria e alguns já estão com as inscrições abertas. Também estão começando a discutir quem fará a classe de líder esse ano.
Existem vários tipos de desbravadores, mas há dois extremos e é sobre eles que vamos refletir. Há aquele certinho que entrou com 10 anos, fez todas as classes na idade certa, sempre quis fazer parte da diretoria e agora que completou 16 anos está ansioso por sua primeira unidade. E também há aquele que concluiu as classes se arrastando ou nem isso, chegou aos 16 e não se encaixou no seu papel de membro da diretoria.
É claro que faremos todo o esforço para que o certinho seja investido em líder, mas qual tratamento direcionar àqueles que raramente atingem nossa expectativa? Olhamos para eles e não conseguimos imaginá-los sendo líderes (nesse caso investido ou não) por que achamos, muitas vezes temos certeza, que não merecem a nossa confiança.
Para resolver esse impasse só mesmo recorrendo à Bíblia e é no livro de Lucas, capítulo 13, versos 6-9 que encontramos a resposta.
“Então contou esta parábola: Um homem tinha uma figueira plantada em sua vinha. Foi procurar fruto nela, e não achou nenhum. Por isso disse ao que cuidava da vinha: ‘Já faz três anos que venho procurar fruto nessa figueira e não acho. Corte-a! Por que deixá-la inutilizar a terra?’ Respondeu o homem: ‘Senhor deixe-a por mais um ano, e eu cavarei ao redor dela e a adubarei. Se der fruto no ano que vem, muito bem! Se não, corte-a”
O cenário é semelhante ao nosso. Temos um clube com vários líderes bons (vinha), mas há um que é diferente dos demais (figueira). Ele não atende as expectativas (não produz frutos), e então queremos cortá-lo.
A solução do problema está na fala do lavrador, cavar em volta e adubar. Aí alguns me dizem “mas eu já dei tanto conselho para ele/ela”. É amigos, mas cavar em volta e adubar não é só conversa, é discipulado. Você precisa ser o melhor amigo desses jovens com dificuldade para “se encontrar”. Com paciência, amor e oração você pode fazer com que ele/ela produza frutos maravilhosos dos quais você irá se orgulhar mais tarde.
Um ótimo líder que conheço quase foi “cortado” pela comissão da igreja. Mas com um trabalho de um ano de discipulado ele já foi capaz de assumir o cargo de diretor associado e mais tarde tornou-se o diretor do clube. As pessoas que tinham dúvidas sobre ele hoje se orgulham. E isso pode acontecer no seu clube se vocês se dedicarem aos “problemáticos”.
Mas há também o outro lado. Se depois de todos os esforços sinceros da direção os frutos não começaram a aparecer é hora de pensar em desocupar o espaço inutilizado. Mas muito cuidado! O clube pode ser o único fio que está ligando esse jovem a Deus.
Então, já escolheu o seu discípulo? O livro A formação de um discípulo, do autor Keith Phillips, publicado pela editora Vida, pode ajudar nessa tarefa.