Insetos usam secreções antibacterianas para proteger os filhotes

Cientistas confirmaram que besouros-coveiros [tradução livre para burying beetles] revestem a comida de seus filhotes com uma substância antibacteriana para garantir sua sobrevivência.

Sem as secreções antibacterianas, os filhotes não ganham peso e morrem

Os besouros-coveiros depositam seus ovos na carcaça de pequenos animais, como pássaros e roedores. Os pesquisadores mostram que, sem as secreções antimicrobianas, os filhotes não ganhariam peso e morreriam. Os resultados foram apresentados no 13º Congresso da Sociedade Européia de Biologia Evolutiva.

A maioria dos animais tenta fazer o melhor para seus filhotes, mas os besouros-coveiros, do gênero Nicrophorus, encontrados nas regiões temperadas na Europa e América do Norte, são realmente pais apaixonados. Como pais em potencial, os besouros-coveiros encontram um animal morto, como um rato ou pássaro, e enrolam a carcaça na forma de bola. Então eles enterram a carcaça (que não é pequena para um besouro de apenas 15 mm de comprimento), escondendo-a de predadores que possam comê-la ou utilizá-la como berçário para seus próprios filhotes. Os besouros então colocam seus ovos na carne do animal e esperam para receber seus filhotes no mundo.

Mas a carcaça enterrada não vai permanecer fresca por muito tempo, e as comunidades bacterianas que colonizam a carcaça podem ameaçar o desenvolvimento das larvas.

Então os besouros-coveiros usam secreções de suas glândulas anais para revestir a pele ou penas com substâncias que garantam que a carcaça permaneça livre de germes e fresca por mais tempo.

Agora os cientistas da Universidade de Manchester têm trabalhado para descobrir o que faz essas secreções tão boas para matar germes. Os pesquisadores extraíram secreções da glândula anal de uma espécie de besouro-coveiro chamada Nicrophorus vespilloides, e mostraram que quando a substância foi adicionada às células bacterianas, elas foram destruídas.

O biólogo evolucionista Andres Arce, que lidera o estudo, e seus colegas, suspeitando que estivessem lidando com uma enzima que “picam as paredes das células microbianas”, investigaram e confirmaram que as secreções são ricas em lisozimas, que são enzimas antimicrobianas, e um componente comum dos sistemas imunológicos de animais. Lisozimas também são secretadas no leite materno de mamíferos e em lágrimas humanas.

A equipe mostrou que larvas crescidas na ausência das secreções dos pais tinham 40% mais probabilidade de morrer antes da idade adulta.

O Dr. Arce explicou que para um inseto não-social, estes besouros-coveiros já são conhecidos por apresentar níveis bastante consideráveis de cuidado parental.

Fonte: BBC [Alterações em negrito e comentários entre colchetes são meus]

A mortalidade de insetos em geral antes da fase adulta é elevada, e o texto afirma que sem a produção das lisozimas os besouros teriam 40% mais chance de morrer antes da fase adulta. Como a evolução é definida como um processo lento e gradual, as espécies de besouro-coveiro (com uma taxa de mortalidade tão alta sem a produção das lisozimas) deixariam de existir antes mesmo de “pensar” em produzi-las. A sua existência nos dias de hoje evidencia que eles foram criados para ser assim!

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