Termorregulação em colmeias de abelhas

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Abelhas são insetos incríveis. Já falamos aqui no blog do maravilhoso funcionamento de sua visão e de seu “sistema de GPS” que as ajuda na escolha dos caminhos mais curtos. Hoje vamos falar sobre a termorregulação em colmeias, um assunto interessantíssimo, tema de artigos e teses acadêmicos. [Os grifos e os comentários entre colchetes são meus].

Independentemente da temperatura externa, a área de cria da colmeia é mantida entre 34 e 35º C, temperatura ideal para o desenvolvimento das crias. A ocorrência de temperaturas fora dessa faixa pode provocar aumento da mortalidade na colônia e as operárias que emergirem podem apresentar defeitos físicos nas asas ou outras partes do corpo.

Para baixar a temperatura da colmeia, as abelhas do interior da colônia se distanciam dos favos e se aglomeram do lado de fora da caixa. Algumas operárias ficam posicionadas na entrada do ninho, movimentando suas asas de forma a direcionar uma corrente de ar para o interior da colmeia. Essa corrente de ar, além de esfriar a colmeia, auxilia na evaporação da umidade do néctar, transformando-o em mel.

No interior da caixa, outras operárias estão batendo as asas, ajudando na circulação da corrente de ar. Se houver duas entradas na colmeia, o ar é aspirado por uma entrada e expelido pela outra; caso contrário, usa-se parte da entrada para aspirar e outra parte para expelir.

Se a temperatura do ar estiver muito alta, as operárias coletam água e espalham pequenas gotas pela colmeia e/ou regurgitam pequena quantidade de água abaixo da língua, que será evaporada pela corrente de ar, auxiliando no resfriamento da colônia. A umidade evaporada do néctar também se presta a esse fim.

A umidade relativa da colmeia é mantida por volta dos 40%. Se essa porcentagem aumentar muito com a evaporação do néctar, as operárias imediatamente provocarão uma corrente de ar para o interior da colmeia, na tentativa de diminuir a umidade.

Em períodos frios, para aumentar a temperatura do interior do ninho, as abelhas se aglomeram em “cachos”. Se a temperatura continuar caindo, as operárias aumentam sua taxa de metabolismo, provocando vibrações dos músculos torácicos, gerando calor. Ocorre também uma troca de posição: abelhas que estão no centro do cacho vão para as extremidades e vice-versa.

Fonte: https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/organizacao.htm#f

Duas coisas me impressionaram bastante nesse texto. A primeira delas foi a curta faixa de temperatura ideal para o desenvolvimento das crias na colmeia, 1°C é uma variação muito pequena. A segunda coisa que me chamou a atenção foi o quão complexo é a regulação térmica da colmeia, são muitas variáveis envolvidas por trás desse mecanismo. Se não houvesse essa termorregulação, a prole da colmeia estaria comprometida, quer seja pela morte direta quer seja pela má-formação (morte indireta). Expandindo esse raciocínio de uma colmeia para todas a colmeias, a sobrevivência de todas as espécies de abelhas estaria comprometida. Sendo assim, esse mecanismo precisa ter “surgido” no momento em que “surgiram” as abelhas.

1- Mateus

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